Deputados governistas decoraram seus gabinetes com fotos de Chávez e Bolívar (Foto: EFE/Página/12) |
A Assembleia
Nacional controlada pela opositora MUD (coalizão antichavista) terminou
aceitando a decisão do Tribunal Supremo de Justiça que ordenou a suspensão
cautelar de três deputados eleitos pelo estado de Amazonas. Sem esses
legisladores, a MUD não tem os dois terços.
Do jornal argentino Página/12, edição impressa de hoje, dia 14
A Assembleia Nacional (AN) venezuelana acatou a
decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que ordenou a suspensão cautelar
de três legisladores opositores eleitos pelo estado de Amazonas. Desta maneira,
a maioria conquistada pela Mesa da Unidade Democrática (MUD) no Parlamento fica
reduzida de 112 para 109 legisladores.
A sessão parlamentar começou com a solicitação dos
deputados do governista Grande Polo Patriótico (GPP – coalizão chavista) de que
se realize uma leitura exaustiva, ponto por ponto, da resolução do TSJ, assim
como seu cumprimento. Após analisar a decisão, o presidente da AN, o opositor
Henry Ramos Allup, informou que a direção do Parlamento decidiu acatar a sentença
de desincorporação da atividade legislativa dos deputados impugnados, Nirma
Guarulla, Julio Haron Ygarza e Romel Guzamana. “Se acata ou se cumpre, ou se
observa, palavras sinônimas. Não temos nenhum problema em dizê-lo se isso
satisfaz ou contribui para que os senhores assistam a Câmara cumprir com seus
deveres constitucionais”, disse.
A decisão de acatar a sentença do TSJ teve lugar depois
que os três opositores suspensos solicitaram ao Parlamento seu afastamento do
mandato para que possam se defender, pondo um ponto final na crise
institucional resultante da sua incorporação à AN.
A suspensão da proclamação dos três deputados
responde a uma medida cautelar ao recurso de impugnação interposto pelo
chavismo, que alegou fraude nas eleições legislativas daquele estado,
celebradas como no resto do país em 6 de dezembro último. De fato, os
governistas publicaram áudios onde supostamente pessoas ligadas à oposição
negociavam a compra de votos.
A direção do Parlamento, de maioria opositora,
desobedeceu a medida e empossou os três legisladores na semana passada, o que
provocou uma nova sentença do TSJ, que decretou o desacato da Câmara e a
nulidade de todos os seus atos enquanto os parlamentares suspensos não fossem
afastados.
O chavismo se havia negado a proporcionar o quorum no
Parlamento enquanto se mantivesse em desacato e o presidente venezuelano,
Nicolás Maduro, solicitou ao TSJ que definisse a que instância devia recorrer e
quando, se a AN insistisse em não cumprir a decisão do Supremo.
Continua em espanhol, com traduções pontuais:
La decisión adoptada por la oposición fue celebrada
por el chavismo. El jefe de la bancada oficialista (governista), el diputado
Héctor Rodríguez, aplaudió la actitud de la MUD, ya que consideró que de esa
forma volvió a poner a la Asamblea en el marco de la legalidad. “No podían ser
diputados porque hay pruebas contundentes de robo de votos”, refiriéndose a los
motivos alegados por el oficialismo para impugnar la elección del estado
Amazonas. “Hemos obligado a los diputados de la MUD a hacer lo que legalmente
correspondía y que el país esperaba”, dijo Rodríguez para referirse a la
presión que él y su bancada, según explicó, hizo sobre la directiva (fizeram
sobre a direção da AN) para que esta dijera (dissesse) a viva voz que acataba
la sentencia.
Por su parte, el ex presidente del Parlamento y
actual legislador Diosdado Cabello dijo poco antes de que se supiera (soubera) que
la Asamblea Nacional acataría el fallo (a sentença) que “la memoria y cuenta”
del presidente dependería de si acataban o (ou) no la decisión del alto
tribunal. “Entramos en un nuevo escenario que dependía mucho de lo que pasó hoy
(ayer – hoje - ontem) pues afortunadamente (felizmente) para el país ellos
recularon (recuaram) en vivo y en directo para muchos medios (meios de
comunicação) del mundo”, manifestó. “Si ellos cumplen tal como está la
sentencia seguramente el presidente estará aquí”, refiriéndose a la visita que
Maduro hará (fará) al Parlamento para dar su discurso anual.
Tras (Após) la sesión parlamentaria, el líder
opositor Ramos Allup dijo que la decisión de separar (afastar) a los tres
legisladores tenía como objetivo evitar un bloqueo del trabajo en el
legislativo. “En el trance de quebrarse o (ou) doblarse, más valía esto que
hicieron (fizeram) los diputados para preservar la institución. A veces son
necesarias treguas, porque hay que sacrificar partes para salvar el todo”,
dijo. “La decisión es sensata, ya que la cámara quedaría trabada, estancada,
inutilizada.”
Con tres legisladores menos, la MUD no cuenta con
los dos tercios (2/3) de la cámara para, por ejemplo, modificar leyes orgánicas
–como las que sustentan el sistema de programas sociales impulsados por el
oficialismo (governismo, chavismo) – o (ou) votar una reforma de la
Constitución. Símbolo de la confrontación que es habitual en Venezuela fue la
etiqueta #109ysinquorum, impuesta como tendencia en Twitter por simpatizantes
del oficialismo en referencia a la imposibilidad de sus rivales de concretar
los planes anunciados. En los próximos seis meses la oposición se había
propuesto elegir, de entre las opciones que ofrece la Carta Magna, aquella que
permitiera la sustitución electoral del Gobierno.
Con todo, fueron designados los presidentes y
vicepresidentes de las 15 comisiones parlamentarias, que pertenecen en su
totalidad a la MUD, puesto que el chavismo se negó a ocupar cualquiera de esos
cargos aunque no a integrar los respectivos grupos. Según Cabello,
políticamente sería inviable. “Cuando tiene mayoría contrarias en esas
comisiones, ninguno de los acuerdos que vayamos a presentar se va a aprobar”,
justificó.
Tradução (parcial): Jadson Oliveira
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