(Foto: Internet) |
“Para vencer essa guerra, Dilma terá que abandonar a estratégia sem
sentido de tentar se compor com uma mídia que a despreza e ridiculariza todo o
tempo”.
Por Leandro Fortes –
reproduzido do Facebook, de 03/12/2015
(o título e o destaque acima são deste blog)
INJEÇÃO DE FÉ
Esse pedido de impeachment acolhido
por Eduardo Cunha poderá, quem sabe, trazer de volta a coragem que os anos de
poder roubaram ao PT, às suas lideranças e a grande parte de sua militância.
Os dias que antecederam à reunião da
Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, na qual ainda se pretende votar a
admissibilidade do processo de cassação de Eduardo Cunha, foram fundamentais
para que a parte do PT ainda ligada à realidade obrigasse àquela outra,
encastelada no Palácio de Versalhes, a honrar a história do partido.
De certa forma, é triste perceber que não foi o sentido de honra e
dignidade, mas as ameaças de desfiliação em massa amplamente anunciadas nas redes
sociais, que obrigaram o PT a tomar uma decisão fechada contra Cunha.
Até então, especulava-se,
vergonhosamente, a possibilidade de a sigla e o governo Dilma se submeterem à
chantagem de um marginal de longa ficha corrida.
E pela mesma razão que, nos últimos
anos, petistas e muitos de seus fiéis seguidores se curvaram a pilantras de
toda espécie (e ainda se curvam), na política, nas ruas e na mídia: medo.
Enfrentar esse processo de
impeachment será extremamente depurador, tanto para Dilma como para o PT.
Dará a ambos uma oportunidade real de
fazer um enfrentamento político que foi sendo deixado de lado, primeiro, por
estratégia política, depois, por covardia.
Desse embate depende o futuro de
Dilma e do PT.
Não há dúvida que, mesmo sendo o
escroque que é, Eduardo Cunha terá o apoio massivo dos barões da imprensa e de
seus colunistas cães de guarda, sem falar em outros prepostos bem colocados no
Poder Judiciário.
Para vencer essa guerra, Dilma terá
que abandonar a estratégia sem sentido de tentar se compor com uma mídia que a
despreza e ridiculariza todo o tempo.
Terá que fazer sua própria
comunicação e ter coragem de tomar as medidas necessárias para enfrentar de
frente as crises políticas e econômicas.
Terá, em suma, que reassumir o
protagonismo político do País e fazer o que deve ser feito.
Votei em Dilma e votaria de novo,
caso a eleição fosse, novamente, uma disputa entre um projeto popular e um de
direita, ultrapassado e reacionário, como era o de Aécio e, desde sempre, o do
PSDB.
Mas, como boa parte de seus
eleitores, estou profundamente irritado com a tibieza com a qual a política e a
economia foram conduzidas até aqui.
Com esses lamentáveis arranjos
políticos de quinta categoria que levaram gente como Kátia Abreu para dentro de
um governo dito de esquerda.
Com essa bancada gelatinosa no
Congresso Nacional, tardia e envergonhada, que mal usa uma tribuna que deveria
ser, diária e permanentemente, o campo de batalha contra essa oposição
hipócrita e corrupta que, descaradamente, empunha a bandeira da corrupção para
justificar seus desejos golpistas.
Ao enfrentar o impeachment de frente,
Dilma e o PT têm a chance de virar esse jogo.
Mas apenas se aceitarem o fato de
que, até agora, estavam fazendo tudo errado.
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