Vale tudo contra Lula (Foto: do DCM) |
Lula, em seus anos no Planalto,
nada fez para enfrentar a concentração de mídia da Globo, algo que é um câncer
para a sociedade pelo potencial de manipulação da opinião pública. E agora paga
o preço por isso. Como Lula, caso volte à presidência em 2018, tratará a Globo?
Por Paulo
Nogueira, no blog DCM – Diário do
Centro do Mundo, de 31/08/2015
Valentemente,
assim que os donos determinaram, os jornalistas da Globo pararam de falar no
impeachment de Dilma.
Um deles,
Erick Bretas, tratou até de trocar a foto de perfil de seu Facebook. Ele tinha
colocado a inscrição “gave over” (fim de jogo), por ocasião de uma manifestação
anti-Dilma, para a qual conclamara seus seguidores.
Trocou-a,
com a nova orientação patronal, por uma bandeira do Brasil.
Agora,
com a mesma valentia com que recuaram instantaneamente, os editores, colunistas
e comentaristas da Globo avançam, novamente sob ordens patronais, contra Lula.
Todas as
mídias da Globo vêm sendo usadas para investir contra Lula, por conta,
naturalmente, de 2018.
Tevê,
jornal, rádio, internet – são os Marinhos e seus porta-vozes contra Lula.
A
novidade aí parece ser a substituição da Veja pela Época na repercussão dos
sábados à noite do Jornal Nacional.
Nem para
isso mais a Veja serve. Nem para servir de alavanca para o Jornal Nacional. É
uma agonia miserável e solitária a da revista dos Civitas.
Lula, em
seus anos no Planalto, nada fez para enfrentar a concentração de mídia da
Globo, algo que é um câncer para a sociedade pelo potencial de manipulação da
opinião pública.
E agora
paga o preço por isso.
Verdade
que, acertadamente, ele decidiu não ficar “parado”. Pássaro parado, disse Lula,
é mais fácil de ser abatido.
E então
Lula decidiu reagir.
Pelo site
do Instituto Lula, ele tem rebatido as agressões dos Marinhos, minuciosamente.
E tem
anunciado processos quando se sente injustiçado – um passo fundamental para
colocar alguma pressão nos caluniadores e, também, nos juízes complacentes.
Há um tributo
involuntário no movimento anti-Lula da Globo. É um reconhecimento, oblíquo que
seja, de sua força.
É assim
que o quadro deve ser entendido.
Quem pode
ser o anti-Lula em 2018? Aécio, Alckmin e Serra, os nomes do PSDB, seriam
provavelmente destruídos ainda no primeiro turno.
Imagine
Lula debatendo com cada um deles.
Fora do
PSDB, é um deserto ainda maior. De Marina a Bolsonaro, os potenciais
adversários de Lula equivalem ao Vasco da Gama no Brasileirão.
Neste
sentido, o boneco de Lula, o Lulão, surge mais como desespero da oposição do
que como um gesto criativo dos analfabetos políticos de movimentos como o
Brasil Livre de Kim Kataguiri.
A Globo
vem dando um destaque de superstar ao Lulão, como parte de sua operação de
guerra.
E Lula
tem respondido como jamais fez. No desmentido da capa da edição do final de
semana da Época, ele citou um aporte milionário de 361 milhões de reais do
BNDES na Globo, em 2001, no governo FHC.
Ali se
revelou outra face dos sistemáticos assaltos da Globo ao dinheiro público: o caminho
do BNDES. Não são apenas os 500 milhões de reais em média, ao ano, de
propaganda federal. São também outros canais, como o BNDES.
Não é
exagero dizer que a Globo, como a conhecemos (não como o jornaleco de província
a que se resumiu por décadas) é fruto do dinheiro público.
Como
Lula, caso volte à presidência em 2018, tratará a Globo?
É essa
pergunta que atormenta os Marinhos, já suficientemente atordoados com o
florescimento da internet em oposição à decadência da tevê.
E é isso que explica a heroica valentia patronal dos jornalistas da Globo.
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