FERNANDO BRITO: “CIRO NÃO TEM MEDO DE ANDAR NA CONTRA-MÃO DA MÍDIA. SÓ ISSO JÁ O TORNA UMA VOZ ESSENCIAL”
(Foto: do Tijolaço) |
Ciro Gomes, no PDT, pode ser a voz mais forte do
anti-golpismo
Por Fernando Brito,
no seu blog Tijolaço, de 19/08/2015 (por indicação do companheiro Geraldo
Guedes, advogado em Brumado-Bahia, sempre antenado na política nacional)
A melhor notícia para o embate político
dos últimos tempos foi a decisão de Ciro Gomes de filiar-se ao PDT.
Ciro, ao contrário de Lula, tem
liberdade completa de dizer o que quiser, sem a preocupação de que as críticas
que o Governo Dilma (e o PT) merecem possam ser usadas para enfraquecer o
Governo.
Se Dilma e Lula têm de moderar cara
palavra até que se exorcize o fantasma do golpe “institucional” de Estado, Ciro
pode usar as mais duras e verdadeiras, como, por exemplo, dizer que Eduardo
Cunha é “um pilantra”.
Daí a dizer-se que é candidato a
Presidente em 2018, vai uma distância quilométrica.
Se ela será transposta até lá é algo
que não há pitonisa capaz de prever.
Ciro já mostrou que não é alguém que,
simplesmente, dissentiu do centro conservador e passou a uma posição de
esquerda que não é radical, mas não é também vacilante.
Tornou-se uma espécie de exceção às
meias palavras e às hipocrisias que tomaram conta da política, com todos os
ônus e os bônus que isso lhe causou.
Não tive muita convivência com ele
durante o período em que, em aliança, Leonel Brizola o apoiou como candidato
presidencial, em 2002.
Tiveram uma excelente relação, embora
na reta final tenha havido algum compreensível mal-estar – embora não uma briga
– por conta de uma ponderação de Brizola para que, ali nos últimos dias, Ciro anunciasse apoio a Lula já no primeiro turno, para
evitar uma segunda eleição, que Brizola, escaldado pela experiência do segundo
turno entre Lula e Collor, temia.
Além disso, a presença de Ciro dentro
da direção do PDT significa que haverá um contraponto – e forte – à tendência
de alguns dos integrantes da bancada pedetista a cruzarem – costeando, muitos
já estão, há tempos – o alambrado para os verdejantes campos de Eduardo Cunha.
Ciro não tem medo de andar na
contra-mão da mídia.
Só isso já o torna uma voz essencial.
Mais ainda porque a cúpula tucana
assumiu a “descida do muro” e abriu o jogo do golpismo.
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