(Foto: Viomundo) |
Brasil x
Argentina (o segundo tempo da nossa derrota histórica)
Por Adilson Filho, especial
para o blog Viomundo (publicado em 11 de julho de 2014 às 13:02)
São dois
mundos completamente diferentes, a cobertura feita pela ESPN e a feita pelos
canais da Globo.
A tônica
do primeiro é se concentrar seriamente nas mazelas do futebol brasileiro,
reproduzindo a excelente entrevista com Breitner (ex-lateral alemão) , que há
dois anos disse, pra quem quisesse ouvir, que o futebol praticado aqui estava
ultrapassado e deveríamos nos espelhar no que estava acontecendo na Alemanha.
Apesar do ‘toque’, que poderia nos ser valiosíssimo, foi acusado de arrogante
pela mentalidade tacanha nacional.
A tônica
do segundo é jogar pra debaixo do tapete (bem sutilmente e, aos poucos, pra não
dar bandeira) a vergonha protagonizada pelo time do qual se apoderou, usando
aquela rivalidade galvanizada (com todos os sentidos que essa palavra possa
assumir) contra a Argentina como ‘cortina de fumaça’ , para defender a
inacreditável e patética dupla Parreira-Felipão.
A
entrevista que esses dois senhores deram, foi, na minha opinião, um papelão
quase à altura da merda histórica que nos proporcionaram com seu
trabalho inqualificavelmente medíocre.
Na hora
da derrota, da seca, se conhece a grandeza do homem. Esses dois, especialmente
Parreira – pois não desce do salto nem por um segundo e ainda tentou manipular
as pessoas com a cartinha de uma senhora dona de casa – demonstraram toda sua
pequenez de espírito ao não terem a dignidade mínima de assumir o que está na
cara do planeta inteiro.
Pois
agora se intensificará a campanha por parte da Globo-CBF contra a Argentina.
Acho a
rivalidade no futebol saudável, sei que essa é uma delas, tá tudo certo, mas
vou avisando que eu tô fora. Primeiro por ser um admirador da escola argentina
de futebol, na qual vi jogar grandes craques, inclusive o maior de todos,
Leonel Messi. Depois, porque, mesmo que eu tivesse algo contra eles, nesse
momento eu seguraria minha onda. Na minha humilde opinião, depois de meu time
tomar uma lavada daquela monta tão vergonhosa, o melhor a fazer é botar a viola
no saco no lugar de assinar, publicamente, um atestado de recalque pro mundo
inteiro ver.
A elegância
alemã, a extrema gentileza e educação com que nos trataram em campo durante os
90 minutos, chegando ao nível de clemência, certamente contribuiu para nos
deixar ainda ‘menorzinhos’ ali no gramado. A entrevista dessas duas figuras,
ontem, conseguiu nos reduzir ainda mais um bocadinho. A saída às ruas, bares,
churrasquinhos, sambinhas, festinhas coxinhas etc, para torcer contra o time de
um país vizinho, que conquistou na raça sua classificação, na minha avaliação,
nos reduzirá ao nada absoluto.
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