O que interessa a Scorsese é mostrar uma imagem não panfletária de alguns pilares do sonho americano: agressividade, violência e obsessão pelo dinheiro
Di Caprio comenta: “Com todas as pessoas que ferraram tanta gente desde 2008, eu fiquei obcecado para interpretar um desses personagens e entender a mentalidade e a natureza da sedução e da ganância de Wall Street.”
O que interessa a Martin Scorsese, 71 anos, ítalo-americano nascido no Queens, bairro de imigrantes católicos de classe média de Nova Iorque, é mostrar no seu cinema, que continua sendo de vertiginosa agilidade, uma mega imagem não panfletária de alguns pilares do sonho vendido pelo marketing e da cultura americana: agressividade, violência e obsessão pelo dinheiro. O tema permeia praticamente todos os seus filmes - Os bons companheiros, Caminhos Perigosos, Taxi Driver, Touro Indomável, As Gangues de Nova Iorque, Cassino, o excepcional Os infiltrados (pelo qual ganhou um Oscar) e agora O lobo de Wall Street, que concorre novamente ao premio máximo do cinema americano.
“Filmei uma história de loucura e da obscena mentalidade de um negócio podre,” diz Scorsese a propósito de Jordan Belfort, que foi broker da bolsa de Wall Street. Ele chegou a ser apontado pela Forbes como um dos homens mais ricos do mundo e escreveu uma autobiografia que inspirou o cineasta/ícone da excepcional geração do cinema americano dos anos 70.
Negócio podre, de compra e vendas de papeis sem lastro, que sempre se apoiou e floresceu antes (como na história do filme; nos anos 90), em 2008 e até os dias de hoje em duas palavras: ganância e oportunidade. A segunda palavra, aliás, mencionada diversas vezes no filme de Scorsese é bem familiar no Brasil: Opportunity.
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