Piau e Vavá, que parece ter percebido o peso do oponente (cartaz com a foto de Martinha) (Fotos: Lidjone Ribeiro) |
De Salvador (Bahia) – Leitor amigo, te conto hoje uns polêmicos sucessos que se passaram lá na minha terra, em Seabra, na bela Chapada Diamantina, lá no “Barblioteca” da Fazenda Dona Elisa, roça do nosso querido Goiano, o anfitrião perfeito para o desafio entre dois cantadores/violeiros de reputação afamada. A expectativa era grande, a imprensa a postos – a equipe do Correio Chapada e da revista Noite & Dia estava lá -, os torcedores, os curiosos, as curiosas, aquele clima de final de campeonato de futebol... Porém, não houve o memorável confronto. Mas houve o que se pode contar e ouvir com gosto.
Vavá, bom gosto no repertório: "Ôh Antonico, vou lhe pedir um favor..." |
Piau, belas canções: "Lá em cima do telhado, meu sonho encantado era pertinho do céu...” |
Mas o rapaz - brancão, vermelho, a cara de um gringo – ultimamente tinha gravado um CD e vinha espantando a todos com a explosão de tanto talento na voz desassombrada, no violão e no repertório diversificado e genuíno.
Das alturas de sua fama – dizem os maledicentes -, Vavá se sentira incomodado. E Goiano, tido como amigo dos dois, botou fogo na fogueira e preparou o encontro. Segundo ele, Vavá fez uma única exigência: que Piau não cantasse nem “Antonico” (de Ismael Silva), nem “E agora, José?” (de Paulo Diniz e Drummond), que considerava canções exclusivas de seu repertório pessoal. Ainda segundo Goiano, Piau topava o desafio e cumpriria a exigência.
Chegou o momento. Começou a farra, com cerveja, vinho, uísque, cachaça especial da Encruzilhada (daquelas vendidas por Eudaldo em Seabra) e variados comes-e-bebes, tudo sob o manto inspirador da figura de Martinha, venerada militante política. Os tocadores/cantadores – além dos dois duelistas, estavam lá Palito e Lidjone, e o famoso percussionista Tibério - começaram a desfilar suas habilidades, assim devagar, como quem não quer nada. Piau tocou “lá em cima do telhado, meu sonho encantado era pertinho do céu...” (“Telha nua”, de Waltinho e Roberto Andrade) e atacou a vibrante “no terreiro lá de casa não se varre com vassoura, varre com ponta de sabre e bala de metralhadora...” (“Cantiga Brava”, de Geraldo Vandré). E Vavá cantou sua predileta “Ôh Antonico, vou lhe pedir um favor...” (“Antonico”) e “Fui ancorando nela, naquela ponta de mar...” (“Anabela”, de Renato Braz).
Goiano instigou, instigou, mas... |
Bem, para encurtar o causo, o terrível confronto anunciado ficou por aí, não houve. Foi como a famosa batalha de Itararé, em São Paulo, onde haveria (e não houve) o grande embate das tropas de Getúlio Vargas em marcha para a tomada do poder em 1930. Goiano instigava, instigava, mas a coisa empacou. A assistência foi se dissolvendo entre risonha e gozativa. Contam boas e más línguas que Vavá depois de tais sucessos sumiu. E algumas semanas mais tarde teria sido localizado namorando com uma bela professora, atrás da igreja, na cidade de Ipupiara (ou seria Brotas de Macaúbas?).
Comentários
Rui Santana
Quem me informou foi nosso amigo Goiano, que, pelo visto, era muito ligado a ela. Aquela foto que aparece na postagem é um cartaz sempre à vista no "Barblioteca" da casa da roça de Goiano.
Ele manda um abraço pra vc.
Marta, Presente! no meu coração.
Sei da competência de Piau. Voz firme. Vasto repertório e violão melodioso, que fez lembrar Geraldo Azevedo, mas Vavá é vavalente. Nunca o vi perder uma parada. Certamente aconteceu algo estranho lá prás bandas do Sitio Dona Elisa. O sorriso do anfitrião (cumpadre dele) denuncia. Ele foi colocado numa fria. Literalmente. A mangas de camisa em Seabra à noite? Não tem garganta que aguente. Só pode ter sido isso.
Faz tempo que não encontro meus amigos Chico, João Carlos e Pedro Lima.
Fraterno abraço,
Dilton Aécio
Abraços,
Goiano.
Obrigado pelas palavras encantadoras sobre a nossa querida Martinha, ela realmente foi tudo isso que você descreve dentro de uma visão revolucionária, amiga, irmã e eu que tive a oportunidade de conviver com ela tudo isso, sinto dores de saudades por ter perdido uma das poucas pessoas que mais enflueciaram na vida.
Amigo, quando vier a Salvador, vamos tomar umas, bater um bom papo e peço-lhe que traga uns bons cd´s como sempre fez.
Abraços,
goiano.
É claro que o último comentário acerca do embate com Piau, é meu e não de Goiano (até porque o ex-cumpade encerrou sua carreira de músico pré-precocemente - ou seja: antes de iniciar) doando seu sax sem emitir sequer um único sopro. Fez bem, perdemos um músico medíocre (mediano, na acepção da palavra) e ganhamos um grande líder político (imagine a Bahia ser dividida e a Chapada ficar independente: Goiano Presidente!!). Aconteceu que não conseguia empostar meu comentário (analfabetismo de internauta ) e solicitei que o ex-cumpade o fizesse. Então fica assim: Onde se lê Goiano.goia disse, leia-se Vavá Garcia disse. Forte Abraço. Vavá.
É isso aí, vamos em frente, novos sucessos virão. E a amizade, a irmandade e a fraternidade continuam, e a cumpadagem também. Beijos e abraços.
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