Manifestantes do Occupy Wall Street depois de serem desalojados do Zuccotti Park (Foto: reprodução da Internet) |
Começaram há um ano na Tunísia e no Egito, norte da África, onde derrubaram os dois ditadores de décadas – Zine Ben Ali e Hosni Mubarak (não derrubaram as ditaduras, mas pelo menos os ditadores). Era o início da chamada Primavera Árabe, que foi se espalhando como fogo em capim seco. Chegou à Europa, em especial à Espanha, onde as gigantescas concentrações na praça Puerta del Sol, em Madri, ganharam estrondosa visibilidade. E bateu no coração do império capitalista em crise, Wall Street, em Nova Iorque, onde a repressão violenta conseguiu desalojá-los do Zuccotti Park, mas não logrou extinguir o movimento batizado de Occupy Wall Street. Em 15 de outubro, o chamado 15-O, o eco dessa original rebeldia chegou a cerca de 800 cidades pelo mundo, inclusive Salvador, onde 80 jovens protestaram na Praça da Piedade e desfilaram até a Praça Municipal.
O que fazer? Os governos, a maioria representantes dos interesses das corporações transnacionais, manobram e tentam minimizar o estrago: “Eles não sabem o que querem”, dizem. A chamada grande imprensa, aliada incondicional do capital, prefere destacar “a revolução do Twitter e do Facebook”. E as esquerdas hesitam: não se veem nas bandeiras e nas palavras-de-ordem, estão à margem, quando muito apenas uns resquícios da tradição anarquista.
Talvez uma única certeza: se os protestos ficam somente na esfera simbólica, se não gerarem novas organizações políticas, os “indignados” podem ser digeridos pelo sistema, quiçá com algumas concessões simbólicas.
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