A execução aí na foto (da Internet) não tem relação com a da carta abaixo |
“Assumi meu lugar no Exército de
Libertação, e morro quando a luz da vitória já começa a brilhar”.
Por Spartaco
Fontanot – soldado voluntário da luta antifascista na França ocupada durante
a Segunda Guerra Mundial.
“Querida
mamãe: De todas as pessoas que conheço, a senhora é a única que vai sentir
mais, por isso meus pensamentos são para a senhora. Não culpe ninguém mais por
minha morte, porque eu mesmo escolhi minha sorte.
Não
sei como lhe escrever, porque, mesmo tendo a cabeça clara, não consigo
encontrar as palavras certas. Assumi meu lugar no Exército de Libertação, e
morro quando a luz da vitória já começa a brilhar (...) Vou ser fuzilado daqui
a pouco com 23 outros camaradas.
Depois
da guerra a senhora deve exigir seus direitos a uma pensão. Eles lhe entregarão
minhas coisas na prisão, só que estou ficando com o colete de papai, porque não
quero que o frio me faça tremer (...) Mais uma vez, digo adeus. Coragem!
Seu
filho,
Spartaco”.
Spartaco Fontanot, metalúrgico, 22 anos,
membro do grupo resistente de Misak Manouchian, 1944, in Lettere (1954, p.306)
PS: Transcrito do livro ‘Era dos
Extremos – O breve século XX – 1914-1991’, autor Eric Hobsbawm, página 144,
editora Companhia das Letras.
Conforme pesquisa na Internet, Spartaco
Fontanot nasceu na Itália em 1922 e foi fuzilado no Forte Mont-Valérien, na
França, em fevereiro de 1944, quando a Segunda Guerra Mundial estava chegando
ao fim. Participava como voluntário da resistência contra o fascismo/nazismo na
França ocupada.
Misak (ou Missak, como encontrei na
Internet) Manouchian, o nome do grupo de resistência, foi um poeta e militante
comunista do povo armênio, nascido na Turquia.
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