Vivemos sob um novo tipo de
ditadura? Ou será a tal da “democracia híbrida”, conceito cunhado pelo
sociólogo português Boaventura de Sousa Santos? Vamos debater com Olívio Dutra
e Sérgio Gabrielli.
Por Jadson Oliveira – jornalista/blogueiro – editor deste Blog Evidentemente
É a
conjuntura política e econômica do Brasil do governo Bolsonaro, da Operação
Lava Jato e do seu contraditório - a Vaza Jato - que estará em debate depois de
amanhã, sábado, dia 27, em Salvador (pela manhã, no auditório do SINDAE, nos
Barris).
A partir
de palestra de dois pesos pesados da política e da economia, ambos quadros
históricos do PT: o ex-governador gaúcho Olívio Dutra e o economista baiano José
Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás.
Olívio
tem como marca exemplar de sua militância sindical e política o apego visceral
à participação popular e à conduta simples e ética. É isso que atesta a
trajetória inteira de sua vida, seja como dirigente do sindicato dos bancários
no Rio Grande do Sul, seja como prefeito de Porto Alegre, governador do seu
estado e ministro do ex-presidente Lula.
Só para
ilustrar: o revolucionário instituto do orçamento participativo, reconhecido
nacional e internacionalmente, nasceu e ganhou fama na sua gestão à frente da
prefeitura da capital gaúcha (1989/92). Não é à toa que foi lá o berço do Fórum
Social Mundial.
Será, por
certo, uma ótima oportunidade para ouvir dele (e com ele debater) sua visão dos
desafios que as forças populares, democráticas e nacionalistas têm na difícil
conjuntura atual. Inclusive sobre as alternativas vislumbradas pelo PT, ao lado
duma avaliação criteriosa dos seus acertos e erros nos 14 anos de presidência.
Já
Gabrielli, que é professor titular aposentado da Faculdade de Ciências
Econômicas da UFBA, conforme antecipou de forma bem resumida, apontará para a
consolidação da financeirização da economia, como consequência das medidas
adotadas no pós impeachment da presidenta Dilma e neste início do governo
presidido por Jair Bolsonaro.
Para ele,
acabou toda a perspectiva de expansão da indústria nacional e dos setores do
comércio e serviços. “Até o governo Dilma ainda havia um embrião de projeto
social brasileiro, hoje isso foi para o espaço”, diz o também ex-secretário de
Planejamento da Bahia.
Continua
o professor Gabrielli: Houve um abandono do investimento produtivo, com enorme
expansão do investimento financeiro, que não gera emprego nem atividades
produtivas. Trata-se, portanto, dum processo de destruição do Estado
brasileiro, de subordinação à dinâmica internacional e do abandono de qualquer
perspectiva de diminuição da desigualdade.
Esta mesma
análise será desenvolvida por ele nos debates ora em curso e que serão
incrementados nacionalmente, no âmbito do PT e outras forças progressistas, até
o mês de novembro, visando a adoção de definições políticas da oposição.
Os
organizadores do evento são Goiano (José Donizette), Osvaldo Laranjeira e
Valdimiro Lustosa, velhos militantes e dirigentes do sindicalismo bancário que
continuam atuantes, de uma forma ou de outra, no movimento popular e
democrático.
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