Edson Fachin (Foto: Internet) |
Por Jadson Oliveira (jornalista/blogueiro) - editor deste blog
“Esses caras (os ministros do STF indicados pelos governos do PT), agora, que o contexto político mudou, têm que provar que não possuem nenhuma relação com o PT. Exageram na mão precisamente para afastar qualquer suspeita. Aí se tornam mais realistas que o rei e são tão parciais quanto o Moro é”.
“Esses caras (os ministros do STF indicados pelos governos do PT), agora, que o contexto político mudou, têm que provar que não possuem nenhuma relação com o PT. Exageram na mão precisamente para afastar qualquer suspeita. Aí se tornam mais realistas que o rei e são tão parciais quanto o Moro é”.
Esta opinião é de
um advogado e professor citada pela advogada Bibi Prado numa matéria de hoje,
dia 25, do blog Conversa Afiada (Moro tem ódio de classe contra o PT e Lula).
É exatamente isso
que eu penso. Me lembrei especialmente do Edson Fachin. Vocês se recordam? Quando ele
foi indicado pelo governo Dilma foi um verdadeiro pandemônio, passava a
impressão que o homem era um esquerdista radical, um espírito guerrilheiro,
progressista empedernido, defensor do interesse popular, um perigoso amante do povo...
pois não é que até já foi advogado do MST!?
A imprensa
hegemônica, tendo à frente, claro, a Globo, fez um escândalo: os alicerces da nossa
jovem democracia e da nossa sofrida república estavam sob ameaça mortal; a
sabatina no Senado, então, foi um circo de indignação e hipocrisia. Terminou
aprovado por nossos impolutos senadores, mas haja contorcionismo do candidato!
Pensei comigo, na
minha santa ingenuidade: finalmente vamos ter um juiz no Supremo que vai
colocar seu conhecimento jurídico e seu espírito de justiça a serviço dos
interesses do povo e da Nação.
Logo, logo, porém,
o homem já estava perfeitamente adaptado aos ventos da direita e do cinismo. Esteve
sempre nesses gloriosos tempos de golpismo entre os ministros mais radicais e confiáveis
na perseguição aos trabalhadores, ao petismo, a Lula.
Resta constatar:
se os ventos mudarem de rumo, ele certamente mudará também rapidamente, ou
melhor, se adaptará. Porque “esses caras”, como os chamou o professor, e agora
digo eu, são basicamente oportunistas, além de profundamente elitistas.
Toda vez que leio
alguma notícia sobre o Fachin, eu me recordo duma passagem dum livro do
jornalista Ricardo Kotscho, que foi assessor de campanha eleitoral de Lula e chefe
de sua Comunicação no primeiro governo (não localizei o título do livro, onde relata
justamente esta sua convivência com Lula).
Kotscho conta que
uma vez tentava convencer Lula a conceder uma entrevista a um determinado
repórter. Lula resistia. Ele então argumentou que o colega era um bom
profissional, etc e tal, inclusive já havia sido do PT.
Aí foi que Lula,
já bastante calejado, cortou fora o rapaz. Disse: “Ah! esses são os piores, têm
que provar o tempo todo ao chefe e ao patrão que não são mais petistas”.
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