(Foto: EFE/Sáshenka Gutiérrez - Reproduzida de Página/12) |
O México padece da virulência do
neoliberalismo e dos embates coloniais do império ianque.
Ninguém pode frear o crime
organizado e sua metástase em todas as estruturas sociais e culturais do país.
Ninguém pode exercer regulação alguma em matéria de democracia comunicacional.
Ninguém pode garantir o direito à educação, o direito ao trabalho, o direito à
saúde, o direito à alimentação…
Agora começa o difícil.
Por Fernando Buen Abad Domínguez – parte de artigo traduzido
do jornal argentino Página/12, de
03/07/2018.
A vitória de Morena-López Obrador (Movimento de
Regeneração Nacional-Andrés Manuel López Obrador) é uma rebelião nas entranhas
duma estrutura democrática severamente apodrecida pelo corporativismo de dois
partidos políticos (PRI-Partido Revolucionário Institucional e PAN-Partido de
Ação Nacional) e por uma lista imensa de vícios e práticas corruptas que levaram
à bancarrota institucional de toda a estrutura política. Uma rebelião assediada
pela violência macabra desatada por uma falsa guerra contra o “crime
organizado”, que na prática não foi senão a militarização “encoberta” de todo o
território para colocar as riquezas nacionais a serviço das empresas multinacionais
e seus cúmplices locais. Uma rebelião que teve de saltar milhares de armadilhas
e emboscadas em todos os tipos odiosos do empobrecimento econômico e das
guerras midiático-psicológicas.
O México padece da virulência do neoliberalismo e dos
embates coloniais do império ianque. É um país sequestrado por gerentes - impostos
pela via da fraude - para entregar recursos naturais, para explorar a mão de
obra. No México até hoje ninguém pode garantir ao povo a defesa nacional e a
defesa dos recursos naturais. Ninguém pode garantir o exercício
independente da Justiça. Ninguém
pode frear o crime organizado e sua metástase em todas as estruturas sociais e
culturais do país. Ninguém pode exercer regulação alguma em matéria de
democracia comunicacional. Ninguém pode garantir o direito à educação, o direito
ao trabalho, o direito à saúde, o direito à alimentação… Ninguém pode assegurar
dignidade às pessoas porque uma moral entreguista e rasteira, adoradora do império
ianque, serve da forma mais ignominiosa à opressão. Nesse contexto ganha as eleições
López Obrador.
Agora começa o difícil. López Obrador se propõe a
pacificar o país; acabar com a corrupção e recompor a economia dignificando o
trabalho e o salário. Lograr a inclusão dos mais desprezados e a distribuição
equitativa do orçamento federal. Isso implica derrotar as máfias que sequestraram
o governo e o Estado, para fazer justiça...
O autor é diretor do Instituto de Cultura y
Comunicación, Universidad Nacional de Lanús. Segue o link/endereço para quem
quiser ler o artigo na íntegra, em espanhol:
https://www.pagina12.com.ar/125781-la-rebelion-de-los-mexicanos
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