Presidente Ollanta Humala (Foto: Internet) |
Segundo pesquisa, os dois
candidatos com mais chances de chegar ao segundo turno são, ambos, de direita.
Em primeiro lugar, desponta Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto
Fujimori, em torno de 30% das intenções de voto. A postulante da Frente Ampla,
que tem propostas de esquerda (ou centro-esquerda), aparece em sexto lugar com
4%.
Por Jadson Oliveira (jornalista/blogueiro),
editor deste Blog Evidentemente – reproduzido do site Dia e Noite no
Ar, de 29/02/2016
De Salvador-Bahia – Já que nesta terça-feira,
dia primeiro, dia da semana em que costumo publicar minha coluna neste site
diaenoitenoar.com.br, estarei viajando, adianto aqui uma nota sobre as eleições
presidenciais do Peru, cujo primeiro turno será em 10 de abril.
(Durante o mês de abril deverei
estar em Lima, depois de passar o mês de março em Bogotá; na terça passada,
escrevi um artigo sobre a iminente assinatura do acordo de paz na Colômbia e
agora alinhavo alguma coisa sobre a eleição peruana).
O principal a destacar é a
esperada vitória das forças de direita, seguindo a tendência acentuada nos
últimos meses na América Latina: Mauricio Macri foi eleito presidente da
Argentina; depois os anti-chavistas conquistaram larga maioria no Parlamento da
Venezuela; e, por último, Evo Morales perdeu o referendo que propunha emenda à
Constituição que lhe permitiria mais uma candidatura à reeleição em 2019.
Tal performance da direita vem
confirmando a avaliação política feita recentemente pelo presidente equatoriano
Rafael Correa, que alertou para o que denominou de ameaça de “restauração
conservadora” na região, depois do ciclo chamado progressista iniciado em 1998
com a eleição de Hugo Chávez na Venezuela.
No caso do Peru, na verdade,
nunca houve um presidente que poderia ser considerado progressista. O atual,
Ollanta Humala, chegou a fazer sua campanha eleitoral sustentada
por um programa mais à esquerda, mas desde que iniciou seu governo se dobrou
totalmente aos postulados das forças neoliberais, tendo como cabeça de ponte,
como sempre, a mídia hegemônica.
É bastante lembrar – para não
haver dúvidas sobre sua posição política – que o seu atual presidente do
Conselho de Ministros (considerado primeiro-ministro), Pedro Cateriano – o
sétimo nomeado na sua atribulada gestão – é aliado político do consagrado
escritor Mario Vargas Llosa, um dos mais badalados porta-vozes do
neoliberalismo na América Latina.
Humala é um dos presidentes
sul-americanos que têm contra seu governo, em campanha permanente, a quase
totalidade dos monopólios dos meios privados de comunicação. Apanha todo dia na
mídia, numa situação semelhante ao que ocorre, por exemplo, com Dilma Rousseff
no Brasil e Michelle Bachelet no Chile. Está desgastadíssimo, tanto que não se
vê nem um dos 17 postulantes se apresentando aos eleitores como seu candidato.
Segundo recente pesquisa, os dois
com mais possibilidades de disputar o segundo turno são, ambos, de direita.
Desde o início da campanha aparece em primeiro lugar, em torno dos 30% na
preferência dos votos, Keiko Fujimori, que vem a ser filha do ex-presidente e
ex-ditador Alberto Fujimori, na cadeia condenado por crimes de corrupção e
contra os direitos humanos.
A candidata Verónika Mendoza, da
Frente Ampla, que faz sua campanha com propostas de esquerda (ou centro-esquerda),
aparece em sexto lugar com 4% das intenções de voto.
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