(Foto: do sítio web da Caros Amigos) |
Protestos
em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda (SP) começaram no final da manhã
desta quarta (17).
Por Daniel Mello, da Agência Brasil – reproduzido
do sítio web da revista Caros Amigos, de 17/02/2016
Pelo
menos quatro pessoas ficaram feridas no confronto entre militantes contrários e
pró o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os grupos protestaram em frente
ao Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste paulistana, onde Lula deveria
depor nesta terça (17). Dois manifestantes solidários ao ex-presidente foram
atingidos por pedras lançadas pelo outro grupo, e um terceiro levou pancadas da
Polícia Militar. O líder o movimento Revoltados Online, Marcelo Reis, foi
agredido por militantes favoráveis ao ex-presidente.
Reis
ficou com o olho roxo devido aos socos recebidos enquanto defendia um boneco
inflável que retrata Lula em roupas de presidiário, conhecido como Pixuleco. A
tentativa de inflar o boneco foi encarada como uma provocação pelos militantes
favoráveis ao petista. Um pequeno grupo conseguiu driblar as barreiras feitas
pela Polícia Militar e rasgar o inflável. Após a confusão, que foi apartada
pela polícia, os dois grupos começaram a se dispersar.
Os
protestos em frente ao fórum começaram no final da manhã, horário em que o
ex-presidente deveria prestar declarações. Em número muito maior, militantes da
Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos sociais usaram um
carro de som para proferir discursos críticos às investigações contra o
ex-presidente e à atuação dos meios de comunicação. O clima era tenso, com
provocações de ambos os lados.
Apesar do
tumulto, o coordenador estadual da Central de Movimentos Populares (CMP),
Raimundo Bonfim, fez uma avaliação positiva do ato. “Fora a descarada proteção
da Polícia Militar aos coxinhas, aos fascistas, o saldo foi positivo. Primeiro,
que nós viemos para cá com a notícia de que o presidente Lula não ia depor, já
foi uma vitória. E depois, nós reunimos uma quantidade de pessoas
significativa, mesmo sabendo que o Lula não vinha aqui”, analisou.
A
manifestação serviu ainda, segundo Bonfim, para mostrar que existe uma forte
articulação de defesa do ex-presidente. “Aqui é uma demonstração de que toda
vez que intimarem ou convocarem o presidente Lula, nessa tentativa de
criminalização, haverá reação popular”.
Lula e
sua mulher Marisa Letícia prestariam declarações sobre o apartamento triplex,
no Condomínio Solaris, no Guarujá. A suspeita do Ministério Público Federal é
de que houve tentativa de ocultar a identidade do dono do triplex, que seria do
ex-presidente, o que pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro.
O
depoimento foi suspenso por uma decisão do Conselho Nacional do Ministério
Público em atendimento a uma representação do deputado federal Paulo Teixeira
(PT-SP). O parlamentar acusa o promotor Cássio Cesarino de ter feito um
prejulgamento de sua decisão ao dar entrevista a uma revista de circulação
nacional antes mesmo de ouvir os depoimentos.
Após o
anúncio da suspensão do depoimento, o procurador-geral de Justiça de São Paulo,
Marco Elias Rosa, divulgou uma nota de apoio aos promotores que investigam
Lula. “Salienta a Procuradoria-Geral de Justiça, desde já, que confia nos
acertos da atuação de seus membros, que contam com o irrestrito apoio desta
Procuradoria-Geral de Justiça para defesa de suas prerrogativas”, diz o
comunicado.
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