Os devastadores efeitos da financeirização podem ser vistos na destinação dos recursos do orçamento da União (executado em 2014 – total = R$ 2,168 trilhão) (Do site da Auditoria Cidadã da Dívida) |
Um capitalismo
dominado pelas finanças é reconhecidamente incapaz de gerar crescimento
sustentável mesmo em economias maduras, quanto mais em economias consideradas
emergentes e marcadas por fortes desigualdades distributivas, como a do Brasil.
A questão será
abordada no debate sobre a conjuntura na manhã do próximo sábado, dia 12, na
Livraria Paulus.
Por
Jadson Oliveira (jornalista/blogueiro) – editor do Blog Evidentemente –
publicado em 08/12/2015
De
Salvador-Ba - Esta inquietante questão pode ser considerada o
mote da intervenção que será feita pelo professor Ricardo Caffé, da Faculdade
de Ciências Econômicas da UFBa, no debate sobre ‘Conjuntura política, a crise do
capital e a crise brasileira’, na manhã do próximo sábado, dia 12, a partir das
9 horas, no auditório da Livraria Paulus (Piedade – endereço abaixo).
Perguntado sobre o conteúdo de sua abordagem, como um dos debatedores no
encontro, o professor disse que fará considerações “sobre a transição
de longo prazo das economias capitalistas em geral, e da brasileira em
particular, para o que vem sendo denominado de ‘capitalismo dominado pelas
finanças’ ou financeirização, bem como de suas implicações para estabilidade
macroeconômica e financeira diante da crise global recente (econômica e
financeira) das economias centrais, considerando os Estados Unidos e a União
Europeia como paradigmas desse processo”.
Célio Maranhão, um dos organizadores do debate (Foto: Jadson Oliveira) |
“Em
termos mais aparentes – continua -, as crises recentes sugerem que o domínio financeirizado
vem indicando uma decadência crescente, mas ao invés disso a sua presença
continua bastante inflexível e vem se reforçando cada vez mais. Em meio às
configurações existentes de economias dominadas pelas finanças, a economia
brasileira apresenta-se como um caso específico, onde as formas rentistas de
acumulação de renda e riqueza baseiam-se num processo de forte endividamento
(público, empresas e famílias), nos quais os juros constituem a principal forma
de renda financeira, enquanto os dividendos e as ações ainda constituem uma
pequena fração desse conjunto”.
E
acrescenta: “Ainda que a crise atual brasileira tenha como determinantes
fatores que não se restringem à esfera econômico-financeira, uma parte
considerável de problemas econômicos que se tornam manifestos são sintomáticos
do desenvolvimento dos regimes de crescimento dominados pelas finanças”.
(Como
se vê, é um tema que vem suscitando interesse em debates feitos recentemente em
Salvador, conforme cobertura sistemática deste Blog Evidentemente, que
participou da promoção do evento junto com o Projeto Velame Vivo e a Comissão
da Verdade da Faculdade de Direito da UFBa. Foi discutido também em recentes
palestras de Maria Lúcia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida, sobre a
dívida pública).
Ricardo
Caffé (foto) diz que está chamando sua intervenção de "Capitalismo
dominado pelas finanças (financeirização), endividamento e distribuição
de renda: declínio e persistência nas primeiras décadas do século XXI". Ele
é professor adjunto do Programa de Pós-graduação em Economia da UFBA; doutor
em Economia - Université Paris XIII; e pesquisador na área de Financeirização e
Distribuição Macroeconômica.
O evento está sendo organizado por Célio Maranhão, do Jubileu Sul
Brasil, conhecido militante dos movimentos de esquerda na Bahia, juntamente com
companheiros do Grupo Germinal, Cáritas Brasileira e Grito dos Excluídos.
SERVIÇO:
O que: Debate sobre ‘Conjuntura política, a
crise do capital e a crise brasileira’;
Onde: Auditório da Livraria Paulus - Endereço:
Rua Direita da Piedade, no. 20/22 – junto da Praça da Piedade (local da antiga
Livraria LDM);
Data e hora: dia 12, manhã do
próximo sábado, a partir das 9 horas.
Comentários