(Foto: Internet) |
A Vale tem sido uma das maiores
compradoras da conivência, omissão ou parceria da imprensa brasileira.
Por Lúcio
Flávio Pinto (jornalista paraense) – texto encaminhado por Miguel Oliveira como comentário à
matéria postada logo abaixo no Blog do
Alceu Castilho, de 10/11/2015
Alguns
dos principais veículos da grande imprensa nacional deram à tragédia de
Mariana, em Minas Gerais, causada pelo rompimento de barragens de retenção de
rejeitos da produção de pelotas de minério de ferro, o tratamento adequado e o
destaque merecido.
Mas a
grande maioria dos órgãos de comunicação minimizou o fato, imensamente grave, e
omitiu o quanto pôde o nome da Vale, dona de 50% da Samarco, a segunda maior
exportadora de pelotas do país, com receita de 7,5 bilhões de reais no ano
passado e lucro de R$ 2,8 bilhões (quase 40%).
Será que
esse comportamento dissonante do mais elementar jornalismo tem a ver com a
bilionária verba publicitária da Vale na imprensa brasileira? Por que uma
empresa de mineração, que vende para um grupo seleto de poucos compradores um
produto que é avaliado por milhões de toneladas, através de contratos de longo
prazo, principalmente para o exterior, gasta tanto fazendo propaganda na mídia?
Juntando
os dois parágrafos tem-se a resposta. A Vale tem sido uma das maiores
compradoras da conivência, omissão ou parceria da imprensa brasileira. O Pará é
um dos maiores exemplos disso. Desde que o grupo (de comunicação) Liberal
acertou suas contas com a mineradora, em 2003, alguém já leu alguma coisa de
mais significativa contra a Vale nos veículos de comunicação – tanto da família
Maiorana (do grupo Liberal) quanto dos Barbalhos (do deputado Jáder Barbalho)?
Quem apresentar essa matéria ganhará um quilo de minério de ferro.
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