Frente Povo sem Medo reúne 60 mil em
protesto na Paulista contra Cunha e ajuste fiscal. Pasmem: jornais dão 600!
Antes
do início da caminhada, as duas faixas da Avenida Paulista, diante do
Masp, foram tomadas por manifestantes que, depois, seguiram até o Parque do
Ibirapuera, em São Paulo. Fotos: Jornalistas Livres. Organizadores
estimaram em 60 mil os presentes ao ato que terminou no Monumento às Bandeiras;
jornais falam em 600. (Foto: Roberto Parizotti/CUT)
SEM
RETROCESSO
Frente
Povo sem Medo faz manifestações contra Cunha e o ajuste
Alvo
dos protestos é o presidente da Câmara. “Ele sozinho não teria força, mas ele
representa o ataque a toda perspectiva civilizatória, aos direitos das mulheres
e dos trabalhadores”, diz sindicalista.
Por Redação RBA - publicado 08/11/2015
17:25, última modificação 08/11/2015 19:16 – reproduzido do blog Viomundo, de 08/11/2015
São Paulo – Diversas manifestações organizadas pela Frente
Povo Sem Medo ocorreram neste domingo (8) em várias cidades do país. A frente
reúne cerca de 30 organizações sociais e populares. Os manifestantes criticam o
ajuste fiscal, falam em “fora Levy” e prometem reação caso programas sociais
como o Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida sofram ameaças de cortes durante a
definição do orçamento para 2016.
As
entidades argumentam que as conquistas sociais e os direitos alcançados nos
últimos anos não podem retroceder e que o caminho para que o país enfrente a
crise econômica é o estímulo ao crescimento. Os movimentos críticos à política
econômica rechaçam, porém, as tentativas de golpe para interromper o mandato da
presidenta Dilma Rousseff. “Contra a direita e por mais direitos” é um dos
motes da frente.
O
presidente da CUT, Vagner Freitas, valorizou a criação da frente: “A Frente
Povo Sem Medo é da CUT também. Estamos juntos do povo sem medo de
lutar. Somos contra essa política econômica e queremos que Dilma governe
para quem votou nela. Fora, Levy. Queremos uma política econômica
desenvolvimentista”, discursou.
Vagner Freitas, da CUT: queremos que Dilma governe para quem votou nela (Foto: Roberto Parizotti/CUT) |
O
principal alvo dos protestos, entretanto, é o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com fortes evidências de ter praticado
sonegação fiscal e evasão de divisas para contas na Suíça. Um dos “campeões” de
votos no Rio de Janeiro, Cunha é tido como grande arrecadador de recursos
empresariais para campanhas eleitorais – prática tida pelas entidades como
origem da corrupção política brasileira. Faixas e cartazes associando o
deputado à corrupção e a projetos que representam retrocessos para direitos
individuais e sociais – como o mais recente, que dificulta a assistência a mulheres
vítimas de estupro – dominam os atos que pipocam pelo país afora.
Pela
manhã, o protesto ocorreu em Brasília, com caminhada pela Esplanada dos
Ministérios. Em Uberlândia e Belo Horizonte, manifestantes lembraram, além de
Cunha, da tragédia de Mariana. Alguns criticavam o governo de Fernando Pimentel
(PT) por omissão. No Rio de Janeiro, dezenas de pessoas marcaram presença
diante do condomínio onde mora Eduardo Cunha. Em São Paulo, o público se
concentrou em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista,
e caminhou em direção ao Parque do Ibirapuera.
“Eduardo
Cunha é um bandido engravatado. Nossos companheiros vão ficar acampados em
Brasília até que ele caia. É uma vergonha o Cunha ainda não estar preso”, disse
o líder do MTST Guilherme Boulos.
Eduardo
Cunha é a principal motivação dos protestos, segundo a professora e secretária
de Mobilização e Relação com Movimentos Sociais da CUT, Janeslei Aparecida
Albuquerque, pelo que a liderança do parlamentar representa de negativo para a
política nacional. “O mote central é o ‘fora Cunha’ pelo que ele representa de
escárnio à sociedade brasileira. O ataque a toda perspectiva civilizatória, ao
direito das mulheres e ao direito do trabalhador”, diz.
Janeslei
ressalta que o poder que Cunha representa hoje é maior do que o próprio
parlamentar. “Ele sozinho não teria força, mas ele representa um grupo de
deputados e grupos econômicos que têm propostas como redução da maioridade
penal, revisão do Estatuto do Desarmamento. Estão propondo que a prática da
violência seja legitimada e que as pessoas que são vítimas de violência, como
as mulheres que são estupradas, sejam tratadas com suspeição, e que as crianças
têm que ir para a cadeia, que políticas para a infância se resumem à prisão.”
Entre as
entidades representadas na manifestação estão Juventude, Socialismo e Liberdade
(Jsol), Rede Emancipa, Esquerda Marxista, MTST, UNE, UBES, CTB, União
Brasileira de Mulheres, Unegro, Fora do Eixo, Movimento de Vilas, Bairros e
Favelas (MLB), Intersindical, CUT, Juntos!, Círculo Palmarino, Brigadas
Populares, Bloco de Resistência Socialista.
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