(Foto: reproduzida de Viomundo) |
Direito
de resposta irrita donos da mídia
A aprovação da lei do direito de
resposta foi uma vitória da democracia, mas ela ainda corre riscos.
Por Altamiro Borges, em seu Blog do Miro – reproduzido do blog Viomundo – o que você não vê na mídia,
de 25/11/2015
Os barões
da mídia até agora não engoliram a aprovação da lei do direito de resposta e já
organizam a sua artilharia pesada para sabotá-la. As três principais entidades
patronais — Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão (Abert),
Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e Associação dos Editores de Revistas
(Aner) — já divulgaram manifestos raivosos contra o projeto finalmente aprovado
no Senado e sancionado pela presidenta Dilma.
Numa ação
articulada, os grupos monopolistas também acionaram seus aliados para
bombardear a nova lei. Em discurso nesta segunda-feira (23) num evento da Aner,
o juiz Sérgio Moro — novo herói da direita nativa — fez duros ataques ao
direito de resposta.
Para o
midiático carrasco da Lava-Jato — operação famosa pelas prisões ilegais e
vazamentos seletivos –, “a lei ficou vaga demais. A forma, procedimento e
vagueza da lei em não estabelecer as hipóteses em que esse direito pode ser
exercido acabam possibilitando que ela seja utilizada como instrumento de
censura”.
A pequena
plateia, composta por executivos e serviçais da Globo e da Veja,
entre outros veículos, foi ao delírio com a sua declaração subserviente. Com
certeza, o juiz seguirá com todos os holofotes da mídia na sua tentativa
fascistizante de satanizar os políticos e a política no Brasil.
Outro
aliado acionado foi o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres
Brito, que nos últimos tempos se tornou um influente lobista dos barões da
mídia.
Em
entrevista à Folha nesta sexta-feira (20), ele afirmou que a
“a lei do direito de resposta é hostil à liberdade de imprensa” e que ela “é
constitucionalmente duvidosa” porque tem dispositivos que tolhem o direito de
defesa de veículos de comunicação.
A
entrevista no jornalão, que apoiou a ditadura no passado e hoje investe no
golpismo, parece ter sido feito sob encomenda e revela a estratégia patronal
para derrubar a nova lei.
Tanto que
a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que expressa os interesses de muitos
escritórios de advocacia que prestam serviços aos monopólios midiáticos, já
decidiu que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a
legalidade do direito de resposta.
PSDB, DEM
e PPS, que votaram contra a nova lei e gozam de total blindagem na imprensa
partidarizada, também anunciaram que ingressarão com ações contra este direito
que é garantido em quase todo o planeta.
Como se
nota, a aprovação da lei do direito de resposta foi uma vitória da democracia,
mas ela ainda corre riscos!
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