Bogotá - O porta-voz das FARC-EP,
Pastor Alape, assegurou que esse grupo guerrilheiro concentrará esforços em
atingir um acordo que ponha fim à guerra, em menos de seis meses, mensagem
destacada hoje por jornais colombianos.
O
comandante (Timoléon Jiménez, codinome Timochenko) ordenou concentrar
energias para conseguir um acordo de paz em menos de seis meses, escreveu
Alape em sua conta no Twitter.
Representantes governamentais e das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) dialogam em Cuba desde 2012 com o
objetivo de encontrar uma saída consensualizada à longa confrontação bélica
interna.
Através dessa rede social Pablo Catatumbo, também integrante da equipe das
FARC-EP no diálogo pacificador, comentou que tal decisão é compartilhada por
todos os insurgentes.
Vem a paz, sublinhou em uma de suas mensagens no Twitter, depois de respaldar
a recente decisão do chefe máximo do grupo rebelde, que orientou suspender os
cursos militares dentro das estruturas do movimento para que seus membros
possam se dedicar à formação política e cultural.
A série de textos publicados pelos líderes das FARC-EP no Twitter foi
difundida nesta quinta-feira por portais digitais de jornais como El
Espectador, de circulação nacional, e vários noticiários radiais
(radiofônicos).
Em entrevista com Piedad Córdoba (ex-senadora colombiana defensora dos
direitos humanos) através da rede Telesur, Jiménez afirmou que já não dedica
tempo à guerra depois de ratificar sua determinação para chegar a um consenso
final com o Executivo, o qual possibilite acabar com a conflagração que se prolonga
por mais de meio século.
Ao referir-se ao prazo de seis meses estabelecido entre ambas partes, para dar por terminadas
as conversas em Cuba com um tratado pacifista, reiterou a vontade desse
agrupamento de conquistar tal meta.
Se existe decisão política poderemos consegui-lo, insistiu durante sua
entrevista no programa Causa Justa, onde também reconheceu as complexidades
dos pontos restantes: cessar-fogo bilateral, abandono das armas,
desmobilização e reintegração dos combatentes à sociedade.
Na opinião do comandante das FARC-EP, o importante é semear esperança e
conseguir o apoio de todos os colombianos agora e na etapa pós-guerra, quando
deverão ser implementados os consensos de Havana.
A essência do processo é que possamos resolver nossos problemas, fazer as
reformas que precisamos, mas sem tiros, enfatizou.
Há oito dias as duas delegações assinaram um acordo em matéria de justiça
transicional, conceituado como decisivo para o avanço das negociações.
Tal mecanismo prevê a criação da chamada Jurisdição Especial para a Paz, que
permitirá investigar, julgar e sancionar atores do conflito, sem impunidade
para crimes de lesa humanidade, mas com benefícios para delitos políticos e
conexos.
Na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o presidente Juan Manuel Santos
expressou também seu otimismo em torno dos avanços dos ciclos de conversa com
os guerrilheiros e manifestou sua confiança em que o conflito chegará a seu
fim pela via pacífica, de acordo com os prognósticos e os compromissos
realizados.
O presidente disse que confia na vontade de paz das FARC-EP.
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