FARC-EP (COLÔMBIA): CONCENTRAR ESFORÇOS PARA CONSEGUIR ACORDO DE PAZ




Pastor Alape (Foto: Prensa Latina)
Em entrevista com Piedad Córdoba (ex-senadora colombiana defensora dos direitos humanos) através da rede Telesur, Jiménez (número 1 no comando das FARC) afirmou que já não dedica tempo à guerra depois de ratificar sua determinação para chegar a um consenso final com o governo de Santos.

Da agência Prensa Latina, de 01/10/2015

Bogotá - O porta-voz das FARC-EP, Pastor Alape, assegurou que esse grupo guerrilheiro concentrará esforços em atingir um acordo que ponha fim à guerra, em menos de seis meses, mensagem destacada hoje por jornais colombianos.

O comandante (Timoléon Jiménez, codinome Timochenko) ordenou concentrar energias para conseguir um acordo de paz em menos de seis meses, escreveu Alape em sua conta no Twitter.

Representantes governamentais e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) dialogam em Cuba desde 2012 com o objetivo de encontrar uma saída consensualizada à longa confrontação bélica interna.

Através dessa rede social Pablo Catatumbo, também integrante da equipe das FARC-EP no diálogo pacificador, comentou que tal decisão é compartilhada por todos os insurgentes.

Vem a paz, sublinhou em uma de suas mensagens no Twitter, depois de respaldar a recente decisão do chefe máximo do grupo rebelde, que orientou suspender os cursos militares dentro das estruturas do movimento para que seus membros possam se dedicar à formação política e cultural.

A série de textos publicados pelos líderes das FARC-EP no Twitter foi difundida nesta quinta-feira por portais digitais de jornais como El Espectador, de circulação nacional, e vários noticiários radiais (radiofônicos).

Em entrevista com Piedad Córdoba (ex-senadora colombiana defensora dos direitos humanos) através da rede Telesur, Jiménez afirmou que já não dedica tempo à guerra depois de ratificar sua determinação para chegar a um consenso final com o Executivo, o qual possibilite acabar com a conflagração que se prolonga por mais de meio século.

Ao referir-se ao prazo de seis meses estabelecido  entre ambas partes, para dar por terminadas as conversas em Cuba com um tratado pacifista, reiterou a vontade desse agrupamento de conquistar tal meta.

Se existe decisão política poderemos consegui-lo, insistiu durante sua entrevista no programa Causa Justa, onde também reconheceu as complexidades dos pontos restantes: cessar-fogo bilateral, abandono das armas, desmobilização e reintegração dos combatentes à sociedade.

Na opinião do comandante das FARC-EP, o importante é semear esperança e conseguir o apoio de todos os colombianos agora e na etapa pós-guerra, quando deverão ser implementados os consensos de Havana.

A essência do processo é que possamos resolver nossos problemas, fazer as reformas que precisamos, mas sem tiros, enfatizou.

Há oito dias as duas delegações assinaram um acordo em matéria de justiça transicional, conceituado como decisivo para o avanço das negociações.

Tal mecanismo prevê a criação da chamada Jurisdição Especial para a Paz, que permitirá investigar, julgar e sancionar atores do conflito, sem impunidade para crimes de lesa humanidade, mas com benefícios para delitos políticos e conexos.

Na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o presidente Juan Manuel Santos expressou também seu otimismo em torno dos avanços dos ciclos de conversa com os guerrilheiros e manifestou sua confiança em que o conflito chegará a seu fim pela via pacífica, de acordo com os prognósticos e os compromissos realizados.

O presidente disse que confia na vontade de paz das FARC-EP.

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