(Foto: El Telégrafo) |
Linera assinalou que é impossível
alcançar um processo revolucionário sem uma transformação cultural e nesse ponto
advertiu que as forças de direita estão tentando afirmar seus interesses nos
sindicatos e na academia. Diante deste cenário, chamou a "não descuidar das
ideias depois das vitórias" eleitorais.
Do jornal equatoriano El
Telégrafo (empresa pública do governo federal), edição digital de hoje, dia
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Por mais
de uma hora, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, fez uma exaustiva
radiografia da situação atual das esquerdas - com os governos progressistas às
costas - e, sobretudo, acerca dos desafios que devem enfrentar diante "da
nova etapa do neoliberalismo".
Durante o
Encontro Latino-americano Progressista (ELAP), que se realiza em Quito, García
Linera analisou profundamente as mudanças que tem vivido a região na última
década com a chegada ao poder de figuras de esquerda em nações como Venezuela,
Bolívia, Equador, Uruguai, Brasil e Argentina.
Deixou
claro que, para ele, o "socialismo é a radicalização da democracia" em
distintos espaços como o governo central e a Assembleia (Congresso Nacional).
Ademais, considerou que "a democracia não somente é um método, é também o
espaço do próprio processo revolucionário".
O vice-presidente
boliviano resgatou em várias ocasiões o papel do Estado, que catalogou como
"o espaço do comum da sociedade".
"Não pode haver uma esquerda
revolucionária que não opte pelo poder (...) Mas deve democratizar esse
poder"
Fez um
chamado aos movimentos de esquerda para não se contentarem com a consecução do
poder através da via eleitoral, mas sim a democratizar esse poder alcançado.
"Não pode haver uma esquerda revolucionária que não opte pelo poder (...) Mas
deve democratizar esse poder", manifestou o pensador boliviano.
Linera assinalou
que é impossível alcançar um processo revolucionário sem uma transformação
cultural e nesse ponto advertiu que as forças de direita estão tentando afirmar
seus interesses nos sindicatos e na academia. Diante deste cenário, chamou a
"não descuidar das ideias depois das vitórias" eleitorais.
Fez
finca-pé em fortalecer as bases dos movimentos progressistas ao ponto de aconselhar
que "não deve haver cenário onde não esteja o revolucionario".
“Nascemos nas ruas, daí viemos.
Temos que ter força nas ruas”
Continua
em espanhol, com traduções pontuais:
El
político también pidió un 'sacudón' al interior de los movimientos sociales
para retomar las movilizaciones. "Hay que tener fuerza en las calles (nas
ruas). Nacimos en las calles (nas ruas), de ahí venimos". En este espacio
criticó a la "izquierda de cafetín" y "perfumada" a la que
"le incomoda el estruendo de la batalla".
“O futuro socialista vai ser
ecológico, ou não vai ser futuro”
Sobre la
capacidad de los estados para aprovechar sus recursos naturales, García Linera
planteó la necesidad de continuar con el extractivismo, pero de manera temporal
(temporária), hasta que se pueda avanzar hasta una economía del conocimiento.
Arremetió contra ONG ambientalistas - de las que afirmó que reciben "buena
cantidad de dinero" para criticar a gobiernos progresistas. "Las ONG
se dedican a ver desde la ventana (da janela) lo que pasa en el mundo, desde
donde estén (de onde estejam)", dijo.
Sin
embargo, el Vicepresidente reconoció que "el futuro socialista va a ser
ecológico, o (ou) no va a ser futuro", por lo que hizo un llamado a ser
eficaz para luchar contra la pobreza para poder abandonar el extractivismo.
“O que aconteça na América Latina vai depender das decisões na área
econômica"
En la parte final de su
intervención, García Linera bosquejó el accionar de la derecha en los próximos
años. Para él, "lo que pase en América Latina va a depender de las
decisiones en el ámbito económico. Ahí es donde apunta sus cañones el
imperio". Por lo que exigió a los gobiernos de la región a ser
revolucionarios "en la capacidad de gestión económica de nuestros países"
para redistribuir las riquezas.
Tradução
(parcial): Jadson Oliveira
Observação deste Evidentemente: García Linera, o vice de Evo Morales, é um
intelectual engajado na luta política, professor, antigo militante de esquerda,
cientista político, estudioso especialmente da participação dos povos indígenas
na vida do país.
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