O governo venezuelano faz batida policial nas residências no estado de Táchira (AFP/Página/12) |
Vigora o
‘estado de exceção’ no estado venezuelano de Táchira: continua a tensão entre
os governos de Maduro e de Santos, com a deportação de dezenas de colombianos sem
documentos na fronteira dos dois países. Caracas acusa paramilitares de operar
na área.
Do jornal argentino Página/12, edição impressa de hoje, dia 24
Com diferenças sobre a quantidade de colombianos
deportados da Venezuela, o conflito entre o governo de Juan Manuel Santos e o
de seu homólogo Nicolás Maduro entrou ontem no seu quarto dia. “Com o apoio do
Consulado Geral da Colômbia deportamos pacificamente 185 cidadãos colombianos sem
nenhum tipo de documentação e oito membros da gangue paramilitar colombiana Los
Urabeños foram presos”, declarou José Vielma Mora, governador do fronteiriço
estado de Táchira. O Ministério do Interior da Colômbia, por seu lado, assinalou
que nos últimos dois dias, 394 cidadãos desse país foram deportados, dos quais
42 são menores de idade.
O governador Vielma Mora acusou os paramilitares,
dois deles adolescentes, de ser “promotores do narcotráfico e tráfico de
menores” e disse que “um deles tem relação” com a tentativa de assassinato dos
três soldados e o civil feridos na última quarta-feira, ataque que provocou o
fechamento da fronteira em Táchira e fez com que Maduro declarasse ‘estado de
exceção’ por tempo indeterminado. Ontem o ‘estado de exceção’ entrou em vigor em
cinco municípios de Táchira.
Por sua parte, Juan Fernando Cristo, titular da pasta
do Interior da Colômbia, instou as autoridades venezuelanas a solucionar o que
qualificou como drama humanitário, duma forma rápida, sem afetar os direitos
dos colombianos na Venezuela.
O general de divisão venezuelano Temístocles Morantes
Torres assegurou, falando de Táchira, que a operação militar e policial envolveu
mais de 2.500 membros da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e corpos de
segurança – com o apoio de blindados – e foi realizada numa zona invadida. O chefe
militar da zona em conflito explicou que se fez uma batida casa por casa, num
conjunto de 300 residências, de quase um total de 2.000, que devem ser revistadas
nas próximas horas em San Antonio del Táchira (sede do município de Bolívar). “A
abordagem simultânea e cronometrada”, depois dum cerco inicial da zona, foi
feita contra pessoas que “de maneira voluntária permitiram que fossem revistadas”,
destacou o general.
Um homem espera que se reabra a passagem fronteiriça em Santander,
Colômbia, depois do fechamento determinado pela Venezuela (Foto: AFP/Página/12) |
Vielma Mora disse que na operação participaram
promotores, juízes e integrantes da Defensoria do Povo e se referiu ao acordo
oficiado aos colombianos. “Todos foram tratados como manda a lei e no estrito
respeito aos direitos humanos”, sublinhou o governador de Táchira, assegurando
que não houve “nenhum tipo de vexame e tampouco de tortura”.
Continua em espanhol, com traduções pontuais:
Sin embargo, el gobierno de Colombia exigió
garantías para los colombianos que viven en la zona fronteriza cerrada (fechada)
por orden de Maduro, al tiempo que pidió una reunión binacional extraordinaria.
“El gobierno de la República de Colombia solicita al gobierno de la República
Bolivariana de Venezuela, que en el marco del estado de excepción anunciado, se
respete la integridad y los derechos humanos de los ciudadanos colombianos que
sean objeto de detenciones, deportaciones y demás acciones adelantadas por las
autoridades venezolanas”, dijo la Cancillería en un comunicado.
El Ministerio de Relaciones Exteriores colombiano
también exigió que se analice en cada caso la situación familiar para
garantizar la unión de padres e hijos de sus nacionales (para garantir a união
de pais e filhos colombianos) que habiten en territorio venezolano.
Por su parte, el ministro Cristo visitó ayer (ontem)
la fronteriza ciudad de Cúcuta, ocasión en la que convocó al vicepresidente
venezolano, Jorge Arreaza, a reunirse en la frontera aprovechando la presencia
de representantes de los dos (2) gobiernos en la zona.
En medio de las declaraciones de uno y otro lado,
la canciller venezolana, Delcy Rodríguez, informó que se reunirá el miércoles (quarta-feira)
con su homóloga de Colombia, María Angela Holguín, para discutir y articular
mecanismos de seguridad y paz en la frontera colombo-venezolana. “Acabo de
conversar con la canciller Holguín y adelantamos la reunión binacional para el
miércoles 26 de agosto”, expresó la ministra. Rodríguez y Holguín se reunieron
el viernes ( sexta-feira) en Costa Rica en el marco de la celebración del Foro
de Cooperación América Latina-Asia del Este (Focalae). El encuentro entre ambas
diplomáticas (diplomatas) se produjo a horas del anuncio de las medidas de
cierre (fechamento) y estado de excepción. Ambas cancilleres consensuaron
trabajar unidas para resolver los problemas de violencia que estremecen la
frontera terrestre de 2219 kilómetros que comparten (compartilham) Venezuela y
Colombia.
Tradução (parcial): Jadson Oliveira
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