Governo de Tabaré Vázquez enfrenta paralisação dos trabalhadores com alto índice de adesões (Foto: AFP/Página/12) |
Por
melhorias salariais e contra o Acordo sobre o Comércio de Serviços (TISA): “A
pressão há que ser feita num governo progressista”, disse o líder da central
sindical (única) PIT-CNT, Fernando Pereira.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição impressa de hoje, dia 7
A central sindical (única) PIT-CNT do Uruguai (Plenário
Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores) realizou
ontem uma greve geral de 24 horas para exigir melhorias salariais, maior investimento
em obras públicas e no setor educativo. Outro dos motivos foi para se opor à
participação do país na negociação do Acordo sobre o Comércio de Serviços (TISA
– sigla em inglês), impulsionado pelos Estados Unidos e outros países desenvolvidos
para desregular o mercado internacional de serviços. O presidente Tabaré
Vázquez evitou questionar o movimento, o primeiro deste tipo em sete anos, e se
reuniu com o Conselho de Ministros para discutir o orçamento nacional.
A paralisação foi total em todo o país, informou em
sua página web o jornal local La República. Não houve atividade bancária e os
institutos de ensino público e privado permaneceram fechados, já que houve a
adesão dos professores, inclusive das escolas secundárias, e do pessoal
administrativo. O transporte, que começou a diminuir na quarta-feira à noite, foi
reduzido à metade e os taxis puseram à disposição veículos para situações de
emergência. No setor de saúde, o pessoal parou durante todo o dia. No entanto,
atenderam urgências, pacientes oncológicos e os internados em diferentes
centros, em regime de plantão sindical.
Neste aspecto, o presidente da central única PIT-CNT,
Fernando Pereira, ressaltou que a greve de ontem foi a de maior mobilização
desde a volta à democracia em 1984. O líder explicou que um dos objetivos é
nivelar os salários com as expectativas de crescimento do país. “Se um país vai
crescer 15%, os salários devem acompanhar esse crescimento”. Pereira disse que
se há setores que atravessam dificuldades, a situação deve ser anunciada no
conselho de salários correspondente. “Ninguém nos chamou para negociar salários
suplementares quando houve récorde de exportação e récorde de preços
internacionais. Ninguém disse ‘há que repartir o excedente que estamos conseguindo’”,
afirmou. “Se os sindicatos não pressionassem, ainda teríamos jornadas de 16
horas. A pressão há que ser feita num governo progressista, do braço esquerdo”,
expressou.
A greve geral mostra certas diferenças dentro do governo,
já que parte da PIT-CNT está integrada por militantes de setores que fazem
parte da governista Frente Ampla.
Continua em espanhol, com traduções pontuais:
El secretario de relaciones
internacionales del PIT-CNT, Antonio Elías, explicó que la central se opone al
TISA porque los objetivos son el libre acceso de las transnacionales a los
mercados de servicios sin limitaciones de ningún tipo. “Nosotros, los enanitos
del sur, vamos a competir en igualdad de condiciones con las empresas
multinacionales. De este modo, el acuerdo reducirá la soberanía nacional y la
democracia.”
Por su parte, el mandatario
uruguayo se reunió ayer (ontem) en la residencia presidencial de Suárez y Reyes
con el Consejo de Ministros. El proyecto de presupuesto (orçamento) para los
próximos cinco años debe remitirse al Parlamento antes del 31 de agosto. El
ministro de Trabajo, Ernesto Murro, evitó calificar de forma negativa la
medida. “El paro es parte del sistema democrático del país y del sistema de
relaciones laborales y en ese sentido lo apoyamos. Esperamos que sea una
jornada de paz, y democrática, en la que cada uno es responsable de sus actos”,
dijo el funcionario. “El gobierno está trabajando intensamente: se han
anunciado en estos cinco meses una serie de medidas que se han ido tomando para
mejorar las condiciones de trabajo, la calidad de vida de la gente, el
desarrollo (o desenvolvimento) productivo del país, la distribución de la
riqueza”, señaló Murro.
Por otro lado, el ex
mandatario José Mujica se mostró receptivo con los reclamos de la central
obrera. “Creo que hay una preocupación y hay madurez (maturidade) también en
los sindicalistas. Se quiere tener seguridad de no retroceder. Tener seguridad
de que se mantiene el terreno conquistado, es decir, que el poder adquisitivo
que se logró se pueda mantener.”
Tradução
(parcial): Jadson Oliveira
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