“Até agora, só foram para a rua os militantes" (Fotos: Guilherme Santos/Sul 21) |
“Faz 20
anos que a esquerda só pensa em eleição”, alerta João Pedro Stédile
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Em entrevista ao portal Sul 21, o coordenador
nacional do MST questiona: “Qual é o programa que essa classe média apresenta
para sair da crise? Golpe na Dilma! Mas isso não é programa, não resolve
nenhuma das três crises.”
“Os partidos políticos da
burguesia foram substituídos pela Globo. Quem dirige ideologicamente as ideias
da direita no Brasil é a Globo. Os dirigentes partidários da direita brasileira
estão completamente desmoralizados”.
“Nós não temos meios de
comunicação de massa alternativos. Ficamos lutando em trincheiras, com uma
página aqui, um boletim ali. Não temos um meio de comunicação nacional que
consiga fazer esse debate com a sociedade”.
“A formação política é o
casamento permanente entre luta de massas e formação teórica. E a esquerda não
fez nenhuma das duas coisas neste último período”.
Por Marco Weissheimer, do portal Sul 21, de
24/08/2015 (enviado pelo companheiro Geraldo
Guedes, advogado em Brumado-Bahia; o título principal e alguns dos
destaques acima são deste blog)
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Há alguns
meses, ou mesmo anos, João Pedro Stédile, uma das principais lideranças do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), vem repetindo algumas
advertências dirigidas à esquerda brasileira, relacionadas à evolução da
conjuntura política nacional e internacional. Uma dessas principais
advertências consiste em alertar sobre a importância de não resumir a luta
política à luta eleitoral e de não sucumbir às armadilhas da política
tradicional, como abraçar o financiamento privado de campanhas como um método
natural de fazer política. A crise política iniciada após a reeleição de Dilma
Rousseff e a ofensiva da oposição e dos setores mais conservadores do país com
o objetivo de derrubar a presidenta eleita pelo voto popular recolocaram essas
advertências na ordem do dia.
Na última
sexta-feira, Stédile esteve em Porto Alegre para participar de um debate na
abertura do 14º Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em
entrevista ao Sul21, ele falou sobre a conjugação de três crises no
presente – econômica, política e social –, sobre as movimentações de seus
principais protagonistas e seus possíveis desdobramentos. E apontou aquele que
considera ser o principal desafio da esquerda neste período: “Construir força
popular organizada. A esquerda desaprendeu a fazer trabalho de base, de
conscientizar o povo, de fazer pequenas reuniões. Faz 20 anos que a esquerda só
pensa em eleição”, disse Stédile.
Sul21: Na
última semana, tivemos uma nova série de manifestações contra e a favor da
presidenta Dilma Rousseff e a denúncia oferecida contra o presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na tua opinião, como esses eventos
influenciam no atual clima de instabilidade política que marca a conjuntura nacional?
João
Pedro Stédile: O Brasil
está vivendo um período muito confuso e complexo onde, a cada semana, surgem
fatos que complicam mais ainda a leitura da conjuntura na qual inserem esses
dois episódios que citou na tua pergunta. Essa complexidade, na avaliação do
MST e dos movimentos sociais como um todo, deve-se ao fato de estarmos vivendo
um período que conjugou três crises.
Três crises: a econômica, a social e a política
Temos uma
crise econômica, que afeta a economia brasileira que não cresce há dois anos e
deve ficar ainda mais uns dois sem crescer, com um forte processo de
desindustrialização que já se reflete inclusive na classe trabalhadora, com
aumento do desemprego e diminuição do salário médio.
Temos também uma crise
social, cuja ponta do iceberg apareceu nos protestos de junho de 2013. O governo
adotou uma retórica de diálogo, porém, todos aqueles problemas sociais que eram
substrato para as mobilizações de junho, nenhum deles se resolveu, pelo
contrário. Os problemas da moradia, do transporte público, do acesso à
universidade, todos eles se agravaram. Essa crise social ainda não eclodiu,
está latente, mas existe.
E, por fim, temos uma crise política cuja origem é o
sequestro da democracia brasileira feito pelos capitalistas por meio do
financiamento privado das campanhas eleitorais. As dez maiores empresas do país
financiaram cerca de 70% dos parlamentares, processo este que gerou os Cunha da
vida e os seus 300 aliados. Hoje, a população não se reconhece nos políticos.
Diversas pesquisas de opinião apontam os políticos com o menor índice de
credibilidade. Então, temos uma dicotomia aí. O que acontece na política não
reflete na sociedade, ou só reflete negativamente.
Todos os
dias nós temos evidência dessas três crises. Se lermos o Valor Econômico, por
exemplo, veremos os reflexos da crise econômica. Se consultarmos os movimentos
populares ouviremos relatos de todos eles sobre os problemas sociais que vem se
avolumando. E, na política, é o que você citou. Todo dia temos fatos novos.
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Sul21: E
quais são, na sua avaliação, os possíveis desdobramentos dessa conjugação de
crises?
A
dificuldade para sair dessa crise geral é que as classes ainda não se puseram
de acordo sobre o que fazer. Seria preciso criar um novo bloco histórico e
social que se constituísse numa maioria capaz de encontrar a saída. Isso, em
geral, se materializa em períodos eleitorais. O problema é que nós acabamos de
sair de uma eleição. Então, nós vamos levar quatro anos, durante todo o governo
Dilma, para encontrar essa maioria. Essa é a dificuldade.
Nessas
tentativas de saída de crise, o que está sendo mais ou menos sinalizado? A
burguesa, no sentido clássico do termo, mais conhecida como os empresários ou o
poder econômico, já apresentou a sua proposta de saída. Não é um programa
formalizado, mas vem sendo apresentado em suas reuniões e discursos. Essa
proposta consiste em realinhar a economia brasileira aos Estados Unidos, que
foi um pouco o que aconteceu em 1964. A ideia é que os americanos venham para
cá, invistam e tirem a economia da crise, ampliando o mercado para as empresas
brasileiras que entrariam de maneira subalterna numa relação com a economia
industrial norte-americana.
Em segundo lugar, consiste em diminuir o papel do
Estado, que hoje se expressa nas propostas de cortar gastos sociais, de
diminuir o número de ministérios, de diminuir os gastos com a Previdência, etc.
Tudo isso é firula para voltar à velha tese de que o mercado é que resolve.
Em
terceiro lugar, é diminuir o custo da mão de obra. Esse é o programa deles, que
ainda não pode ser explicitado, pois, em sua essência, esse programa é o
neoliberalismo, que foi derrotado nas últimas quatro eleições. Eles não podem
simplesmente apresentá-lo de novo. Precisam dourar a pílula.
Então, a
burguesia está fazendo esse movimento para tentar construir uma maioria em
torno do seu programa. Como fazem isso? Pautando essas propostas no Congresso
Nacional. Todas as iniciativas do bloco do Eduardo Cunha caminham na direção
desse programa: diminuir custo, diminuir Estado, privatizações, abrir a
economia e reaproximá-la com os Estados Unidos. Além disso, também pautaram o
Judiciário e a grande mídia comercial, da qual a Globo é o grande porta-voz.
Esse movimento representa o maior grau de unidade que eles conseguiram até
agora, com manifestações da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de
Janeiro), do Renan Calheiros, presidente do Senado, e com setores do PSDB.
Tenho absoluta convicção, pela recente entrevista do Mendonça de Barros, que Serra
e Alckmin, embora não possam aparecer publicamente, concordam com esse
programa. Mas eles não podem aparecer.
Sul21: Você se referiu ao movimento que vem sendo articulado pelo grande empresariado e seus
braços políticos para a superação da crise. E quanto aos demais setores da
sociedade, é possível vislumbrar alguma movimentação que busca saídas para os
atuais impasses?
Nós temos
outro segmento, que é a chamada classe média, ou pequena burguesia como
denominava Marx. Estamos falando aqui daquela classe média que o Marcio
Pochmann menciona no Atlas da Exclusão Social, que, pela renda que tem,
representa entre 5 e 10% da população e que sonha um dia em virar burguesia.
Qual é o programa que essa classe média apresenta para sair da crise? Golpe na
Dilma! Mas isso não é programa, não resolve nenhuma das três crises. Por isso
que a burguesia, que é mais esperta, está dizendo para eles: Calma, vocês podem
ficar latindo aí na Paulista, em Copacabana, mas isso não é saída para a crise.
O próprio
Temer disse isso para eles quando afirmou que não adiantava colocá-lo no lugar
da Dilma, pois a crise tem outras raízes. Pelo contrário, se houvesse um golpe
institucional, se criaria uma quarta crise, uma crise institucional, que
levaria os movimentos sociais e populares para as ruas. Isso desarrumaria todas
aquelas regras do Estado burguês que, apesar da crise política, todo mundo
segue respeitando. Se isso acontecesse, por que não poderíamos, por exemplo,
pedir o impeachment do Sartori ou do Alckmin, cujas campanhas também foram
financiadas por empresas privadas.
Então, a saída dessa classe média é burra. A
nossa sorte, e a deles também, é que representam uma parcela muito pequena da
sociedade. É por isso que as mobilizações deles não aumentam. E tem que ser
feitas sempre no domingo, né? É muito mais um festival, ao qual eles têm
direito, do que propriamente uma luta política.
Do lado
de cá, temos a classe trabalhadora, que não está conseguindo apresentar um
programa de saída para a crise. Neste momento, as direções de organizações como
CUT, UNE, MST, os movimentos de luta pela moradia, estão tentando unificar uma
agenda. O que conseguimos construir de unidade até aqui é um programa defensivo
contra o golpe, em defesa dos direitos, contra o neoliberalismo, ou seja, é uma
defesa do passado, não é avançar como nós queremos. Então, para a classe
trabalhadora também está sendo difícil construir um programa propositivo capaz
de retomar a ofensiva na direção das mudanças que defendemos. Essa é uma
dificuldade real e é neste ponto em que nós estamos.
Sul21: Quais
as perspectivas de superar essa dificuldade?
Espero
que, nos próximos meses consigamos avançar na direção desta unidade da classe
trabalhadora para construir um programa, não defensivo, mas que apresente
propostas para a saída das crises econômica, política e social. Talvez já
tenhamos uma maior unidade no tema da crise política, com a defesa de uma
Reforma Política construída por meio de uma Assembleia Nacional Constituinte.
Este Congresso não fará essa reforma e os partidos não têm força para aprová-la
no cenário atual. No fundo, a saída de um programa construído pela classe
trabalhadora vai depender de um componente que ainda não está no cenário, que é
a classe trabalhadora se mobilizar e ir para a rua. Até agora, só foram para a
rua as mediações, os militantes. A grande massa segue sentada em casa
assistindo tudo pela televisão. Por isso que as nossas mobilizações também têm
mantido o mesmo tamanho.
Contudo,
essa massa e as nossas mediações têm uma arma potente que ainda não foi usada:
a greve geral, que afeta diretamente o lucro dos capitalistas. A perspectiva de
parar a produção um dia, dois dias, uma semana, coloca em pânico a burguesia.
No fundo, esse é o maior medo que eles têm. Por isso não querem ver o circo pegar
fogo, pois a lona cairia também sobre as suas cabeças.
"Para a classe trabalhadora também está sendo difícil construir um programa propositivo" |
Sul21: Você
mencionou algumas organizações há pouco que estão tentando unificar uma agenda
comum e não mencionou nenhum partido político entre elas. Considerando que o
partido que vem governando o Brasil há 13 anos atravessa uma séria crise
política e os demais partidos de esquerda parecem não ter força para apresentar
uma alternativa, a conjuntura está convocando os movimentos sociais a assumir
um maior protagonismo, a exemplo do que ocorreu na Bolívia há alguns anos?
É
evidente que os partidos políticos no Brasil, tanto os da burguesia quanto os
da esquerda, estão em crise. Os da burguesia foram substituídos pela Globo.
Quem dirige ideologicamente as ideias da direita no Brasil é a Globo. Os dirigentes
partidários da direita brasileira estão completamente desmoralizados. Estão aí
os Eduardo Cunha, os Ronaldo Caiado da vida. E a esquerda precisa fazer uma
autocrítica séria porque caiu só no eleitoralismo e, mesmo nesta esfera, não se
preocupou em defender uma reforma política. Ao invés disso, fez o jogo da
burguesia, abraçando o financiamento privado das campanhas e caindo na arapuca
que a Lava Jato expressa. Se não mudarmos as regras políticas, não vai ser de
dentro dos partidos que virá a solução. Os partidos já estão enlambuzados. Uma
reforma política rejuvenesceria os partidos, mas estes não têm força para
colocar massa na rua em defesa dessa reforma.
Então, isso só poderá ser feito
por meio de uma ampla coalizão de todas as forças populares, com todas as
formas de mediação de que a classe trabalhadora dispõe, sejam pastorais,
sindicatos, movimentos populares, partidos, etc.
Agora não
é o momento de discutir quem vai ser protagonista, mas sim de juntar todas as
forças para fazer um debate na sociedade e junto às nossas bases sobre quais
são as saídas para a crise que está posta e é inegável. Eu não sei como será
essa saída. Isso dependerá da correlação de forças e da dinâmica da luta de
classes. Acho muito ruim querermos copiar algum exemplo. Tenho visto algumas
pessoas dizendo que temos de seguir o exemplo do Podemos, da Espanha, ou do
Syryza, da Grécia. A história da Espanha é outra e o Tsipras durou apenas três
meses.
Então, cada país tem a sua dinâmica e nós, brasileiros, teremos que
inventar a nossa. A ousadia que nos cabe é inventar. Quando quisemos copiar,
erramos. Quisemos copiar o modelo do financiamento privado de campanhas. Deu no
que deu. O componente principal da ousadia que precisamos ter é que precisamos
levar esse debate para as massas e fazer com que elas se mobilizem e decidam ir
para as ruas, criando uma efervescência, um novo dinamismo na política
brasileira. No meio dessa efervescência, também vão surgir novos líderes. Não
adianta ficar olhando para trás e procurando onde estão os líderes do passado.
A dinâmica da luta de classes vai forjar novas lideranças e novas formas de
organização também.
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Sul21: Na
tua opinião, há um avanço de ideias e valores conservadores no Brasil, de uma
direita mais orgânica e extremada, ou é muita fumaça o que está aparecendo nas
ruas?
Eu acho
que é muita fumaça. Nas raízes do povo brasileiro há energias muito saudáveis.
O povo brasileiro é solidário, trabalhador e digno. Agora, essa fumaça é
resultado da hegemonia ideológica da burguesia nos meios de comunicação. A
Globo é a principal responsável pela projeção desses falsos valores, desse
negativismo que afirma que todo mundo é corrupto. Ela projeta essas ideias e
valores todos os dias, em suas novelas, em seus noticiários. Aí devemos buscar
a causa dessa fumaça que esconde a realidade. E nós não temos meios de
comunicação de massa alternativos. Ficamos lutando em trincheiras, com uma
página aqui, um boletim ali. Não temos um meio de comunicação nacional que
consiga fazer esse debate com a sociedade. O que está faltando na sociedade
brasileira é debate sobre os seus problemas e suas possíveis soluções.
Formação
de frentes de esquerda e de setores progressistas
Sul21: Neste
momento, há vários grupos se reunindo e discutindo a necessidade de formação de
novas frentes de esquerda e de setores progressistas da sociedade. Esses grupos
vêm conversando entre si?
Do ponto
do vista do diagnóstico, todo mundo está com a mesma leitura, ou seja, que a
crise é grave, complexa e vai demorar. Mas não há unidade quanto às possíveis
saídas. Não tem um programa. Como estão se movendo as forças, acredito que
teremos várias frentes. Nós estamos colocando energia na construção de uma que
já tem nome, a Frente Brasil Popular, que junta partidos tradicionais,
movimentos populares, a UNE, o Levante Popular da Juventude, as pastorais, entre
outras organizações. Nós vamos fazer uma conferência nacional dia 5 de setembro
em Belo Horizonte para ver se avançamos em nosso programa. Mas acredito que
outros grupos de esquerda vão formar outras frentes, alguns porque tem uma
vocação mais eleitoral e querem tirar proveito dessa crise do PT.
No
entanto, não creio que uma frente de esquerda limitada em sua base social, por
mais clareza ideológica que tenha, consiga acumular força. Agora, mais do que
saber para onde tu tem que ir, é preciso ter força social acumulada. E, em
períodos de crise, para ter essa força social acumulada, é preciso contar com
todos os que querem mudanças, sem exclusão ideológica. No caso da Frente Brasil
Popular, o espectro de forças com que estamos trabalhando é quem votou na Dilma
no segundo turno, que não são poucos. Se conseguirmos aglutinar numa frente
cerca de 54 milhões de brasileiros, teremos uma força suficiente para
impulsionar mudanças dentro do governo e se preparar para o pós-Dilma.
Sul21: Uma
última questão. Se fosse possível definir numa frase o principal desafio que a
esquerda brasileira tem hoje, qual seria ela na tua opinião?
Construir
força popular organizada. A esquerda desaprendeu a fazer trabalho de base, de
conscientizar o povo, de fazer pequenas reuniões. Faz 20 anos, que a esquerda
só pensa em eleição. Temos que parar um pouco de pensar em eleição. Não que a
eleição não seja importante. Claro que é importante, pois faz parte da
democracia. Nós temos feito bons diálogos com o Tarso (Genro) no sentido de que
a esquerda precisa recuperar mais o Gramsci. Como viveu num momento de crise do
movimento operário italiano, ele tem reflexões que são apropriadas para o
período que estamos vivendo. Entre as várias contribuições de Gramsci, uma
delas é essa visão de que na luta por mudanças sociais, a luta de classes se
manifesta em todos os espaços da vida social. Aparece numa rádio comunitária,
num sindicato, num bairro, numa igreja, num jornal, numa fábrica, no comércio,
numa praça. Todos são espaços de disputa. E nós, no passado recente, reduzimos
tudo isso à disputa eleitoral.
Precisamos
preparar a classe trabalhadora para que ela possa disputar, com as suas ideias,
todos os espaços da vida social, pois tudo isso é poder político, não só o
governo. Para isso, precisamos também recuperar o trabalho de formação de
militantes, que a esquerda abandonou. Há uma juventude aí que está a ver
navios. A formação política é o casamento permanente entre luta de massas e
formação teórica. E a esquerda não fez nenhuma das duas coisas neste último
período. A luta de massa foi reduzida à eleição e a formação teórica foi
abandonada. Felizmente, a direita está recolocando em nossa pauta a importância
da luta de massa. Se não formos para a rua disputar com eles, eles vêm pra cima
de nós.
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