"Eu proponho uma
Comissão Sul-americana da Verdade para que venham ver a situação do
paramilitarismo na fronteira, que venham ver a situação do narcotráfico, do
contrabando e digam o que não querem dizer nem a CNN, nem Caracol (grupo de
comunicação da Colômbia), nem os meios de comunicação internacionais lixos",
disse o chefe de Estado quando da Grande Mobilização pela Paz e pela Vida, nas
proximidades do Palácio de Miraflores. (Foto: AVN – apenas esta foto e esta legenda foram reproduzidas
do portal venezuelano Aporrea.org)
A
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) insta a Venezuela a deter
qualquer expulsão coletiva e a garantir o direito à migração.
O
presidente colombiano chamou para consulta seu embaixador, medida que Maduro
respondeu da mesma forma. Ban Ki-moon pediu ontem aos governos de ambos os países
que se comprometam a seguir apostando na via do diálogo.
Do jornal argentino Página/12, edição impressa de hoje, dia 29
O
presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou a ampliação do fechamento da
zona fronteiriça com a Colômbia que havia decidido no último sábado no estado
de Táchira para controlar o contrabando e o paramilitarismo. Ele determinou
também o envio de três mil soldados das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas
(FANB). Ambas medidas foram anunciadas ontem durante a marcha com a
participação de dezenas de milhares de caraquenhos em apoio às disposições
tomadas pelo mandatário com o objetivo de conter paramilitares e
contrabandistas.
Por seu lado,
o mandatário colombiano, Juan Manuel Santos, chamou seu embaixador a Bogotá para
consulta, medida que Maduro respondeu da mesma forma. Já o secretário geral da
ONU, Ban Ki-moon, pediu ontem aos governos de ambos os países que se comprometam
a seguir apostando na via do diálogo para resolver a crise fronteiriça. Nesta mesma
linha, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos exigiu o fim das deportações
massivas de colombianos da Venezuela e expressou sua preocupação pelas denúncias
de violação aos direitos humanos dos expulsos.
Duas marchas a partir do centro e do oeste de
Caracas avançaram até o palácio de Miraflores, de onde Maduro se dirigiu à
multidão para anunciar a ampliação do bloqueio fronteiriço. “Para barrar o
paramilitarismo, criminalidade, contrabando, sequestros e o narcotráfico, decidi
fechar a fronteira da zona número dois no estado de Táchira”, disse. O mandatário
aludiu que tal ampliação afeta os municípios de Ayacucho, Lobatera,
Panamericano García de Hevia, juntando-se
aos que foram afetados pela medida anteriormente na região sul do estado. Por outro
lado, disse que os colombianos que se encontravam numa situação irregular não foram
deportados, e sim repatriados, e que muitos deles regressaram por sua conta
porque temiam as investigações.
Vigiados por soldados, colombianos voltam a Cúcuta partindo da Venezuela (Foto: Página/12) |
Maduro considerou que Santos não se comprometeu
suficientemente para melhorar a situação na fronteira com a Venezuela. “Faz um
ano eu disse ao presidente Santos: vamos fazer um plano para combater o
contrabando e o narcotráfico, e um ano depois não fizemos nada e inclusive há mais
crime”, disse. “Isto não se trata dum contrabandista que levou um produto, mas
sim um récorde histórico de injustiças sociais, quando cidadãos colombianos chegavam
sem saúde, sem alimentação e sem trabalho e foram amparados por nosso país”, lembrou.
Maduro assinalou que a passagem fronteiriça para a Colômbia não será aberta até
que o governo de Bogotá apresente um plano de segurança que proíba a venda de bens
venezuelanos contrabandeados.
Continua em espanhol:
Por otro lado, Santos llamó el jueves (na
quinta-feira) por la noche a consultas a su embajador en Caracas y consideró
inaceptable el manejo que Venezuela está haciendo de la crisis fronteriza.
Además de haber ordenado el llamado al embajador Ricardo Lozano – medida con la
que en los hábitos diplomáticos se expresa protesta y que en ocasiones es el
primer paso previo a la ruptura de relaciones –, el presidente colombiano pidió
que se convoque a una reunión extraordinaria de cancilleres de la Unión de
Naciones Suramericanas (Unasur). “Queremos contarle al mundo, comenzando por la
Unasur, lo que está sucediendo, porque eso es totalmente inaceptable, es
indigno y así se lo hemos dicho al gobierno venezolano”, expresó. “He
privilegiado el diálogo y lo seguiré haciendo, pero no puedo permitir irrespeto
de Venezuela a colombianos y violación de sus derechos humanos”, dijo. Por su
parte, la canciller colombiana, María Angela Holguín, pidió una reunión
extraordinaria al secretario general de la Organización de Estados Americanos
(OEA), Luis Almagro. “Queremos que todos los países del continente tengan en
claro y sepan lo que está pasando en la frontera”, dijo.Tras el anuncio de las
medidas tomadas por Santos, Caracas respondió con el llamado a consulta al
embajador venezolano en Colombia, Iván Rincón.
Los anuncios del retiro de embajadores fueron el
corolario de una jornada tensa, en la que ni siquiera pudo cumplirse uno de los
pocos acuerdos surgidos del encuentro que el jueves (quinta-feira), por más de
siete horas, encabezaron las cancilleres de Colombia y su par venezolana, Delcy
Rodríguez: la reunión de los defensores del Pueblo de ambos países para
establecer protocolos para la deportación de colombianos de Venezuela.
Por su parte, Ban Ki-moon aseguró que tomó nota de
la reunión entre las ministras de Asuntos Exteriores de ambos países, aunque
luego del encuentro los gobiernos de Colombia y Venezuela llamaran a sus
respectivos embajadores. “Al secretario general le alienta saber que, como en
anteriores ocasiones, ambos países están comprometidos a afrontar los retos (os
desafios) en la frontera a través de un diálogo constructivo.”
Por otro lado, la CIDH urgió a Venezuela a detener
cualquier expulsión colectiva. “Las deportaciones son manifiestamente
contrarias al derecho internacional”, señaló a través de un comunicado. La
organización basada en Washington denunció que la frontera entre Venezuela y
Colombia está siendo escenario de desalojos forzosos, familias separadas a
causa de las deportaciones, personas que debieron partir sin sus objetos
personales y viviendas (e moradias) de los expulsados demolidas. “Urgimos a
Caracas a adoptar las medidas que sean necesarias para garantizar que se
respeten todos los derechos de las personas migrantes.”
Tradução (parcial): Jadson Oliveira
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