(Foto: Internet) |
"Quando se enche de calúnias e
mentiras a opinião pública em relação às políticas desses governos
(progressistas), temos o direito à legítima defesa. Como vamos nos defender se
não há uma maneira de alguns dos presidentes da América Latina se comunicarem
com sua população?”
“No Brasil – um exemplo - não
existe um sistema nacional de televisão pública. A presidenta Dilma Rousseff só
pode se comunicar através da Rede Globo. Está como refém dos grandes meios de
comunicação”.
Da Agência Pública de Notícias do Equador e
Sul-américa – ANDES, de 30/07/2015 (o título principal é deste blog)
Quito, 30 julho (Andes) – Nas comemorações pelos 10 anos da cadeia de TV teleSUR, durante o Congresso Internacional 'Comunicação e Integração Latino-americana do e para o Sul', realizado em Quito, o cientista político e sociólogo argentino Atilio Borón conversou com a Andes sobre a necessidade que tem a América Latina de regulamentar os meios de comunicação, de criar novos meios e sobre o intento de reafirmação do império estadunidense na região.
Quito, 30 julho (Andes) – Nas comemorações pelos 10 anos da cadeia de TV teleSUR, durante o Congresso Internacional 'Comunicação e Integração Latino-americana do e para o Sul', realizado em Quito, o cientista político e sociólogo argentino Atilio Borón conversou com a Andes sobre a necessidade que tem a América Latina de regulamentar os meios de comunicação, de criar novos meios e sobre o intento de reafirmação do império estadunidense na região.
Borón assinala,
sobre o aniversário da teleSUR, que a cadeia de televisão tem cumprido um papel
fundamental no surgimento duma consciência latino-americana, “que hoje em
dia se dá por suposta, como que sempre esteve, mas não é assim”.
“O
despertar da consciência tem a ver com o fato de que tivemos um canal de
televisão que, pela primeira vez na história, permitiu que as pessoas de
diferentes países da região tomem conhecimento do que ocorria nesta parte do
mundo a partir das pessoas que falam nosso idioma, que têm nossa cultura e que
basicamente compartilham os mesmos interesses”.
Temos que
criar meios de comunicação públicos
A direita
se fez forte no controle dos sistemas midiáticos porque reconhecem que é uma
batalha necessária, sustenta o cientista político. A partir desta perspectiva há
uma crítica na região aos países progressistas que estão criando novos meios de
comunicação alternativos aos privados. Críticas
que – assegura - devem ser rebatidas.
Não se pode
negar o direito aos governos progressistas de criar novos meios de comunicação,
sobretudo porque têm sido “vítimas duma campanha permanente de estigmatização”.
Borón argumenta que o ataque a partir da mídia (hegemônica) a presidentes como
Nicolás Maduro – na Venezuela -, Rafael Correa – no Equador -, Evo Morales – na
Bolívia - e os demais governantes progressistas da região (cita outros, como
Dilma Roussef, do Brasil, e Cristina Kirchner, da Argentina), buscam apresentá-los
como “ditadores disfarçados” que tentam destruir a “imprensa livre”. Expressões
que nada têm com a realidade.
“Quando
se enche de calúnias e mentiras a opinião pública em relação às políticas desses
governos, temos o direito à legítima defesa. Como vamos nos defender se não há uma
maneira de alguns dos presidentes da América Latina se comunicarem com sua população?
No Brasil – um exemplo - não existe um sistema nacional de televisão pública. A
presidenta Dilma Rousseff só pode se comunicar através da Rede Globo. Está como
refém dos grandes meios de comunicação”.
Portanto,
os governos devem desenvolver um sistema de meios de comunicação que “os ajude na
sua missão”, defende Borón. “Caso contrário, é condená-los a ficar de braços
cruzados e manietados diante de inimigos que vão nos deixar morrer à míngua. E a
tarefa fundamental que devem fazer os meios de comunicação públicos dos governos
progressistas é se converterem em amplas caixas de difusão e de ressonância dos
interesses das sociedades e das forças políticas que lutam por um mundo melhor”.
Os meios de
comunicação públicos têm a obrigação de divulgar as obras do governo, mas para
Atilio Borón apenas isso não basta. Diante dum cenário midiático contrário esses
países têm que estimular o debate e o diálogo.
“A
vitalidade dos governos progressistas não virá dos recursos econômicos de que
dispõem ou da presença de intelectuais e escritores. Virá da capacidade que têm
esses governos de estimular uma discussão popular, uma difusão de ideias, uma
escuta das demandas que tem a sociedade. E com certeza devem ser capazes de
transmitir os atos do governo”, enfatiza.
São necessários
marcos legais na comunicação (continua em espanhol,
com traduções pontuais)
Para el sociólogo Atilio Borón es muy importante tener normativas
legales, como las de Ecuador o (ou) Argentina, para garantizar la comunicación
como un derecho de las personas y no solo de los comunicadores y de los dueños
de los medios. En el continente, explica, los conglomerados mediáticos no son
solo empresas periodísticas (jornalísticas), sino departamento de relaciones
públicas de grandes oligopolios multimedios y multisectoriales que tiene
inversiones (investimentos) en diferentes ramas de la economía.
Adicionalmente, remarca Borón, se requieren políticas de promoción de
nuevas formas de comunicación que “potencien la voz de aquellos que no tienen voz”.
Se trata de construir una base social e incorporar el tema de comunicación en
las agendas de los pueblos y organizaciones sociales para que ellas cumplan
también la función, que no es solamente de los gobierno, de avanzar en la
democratización de los medios y la cultura.
“Mira lo que pasó en Argentina. Llevamos cinco años con la Ley de Medios
aprobada y no podemos lograr el avance del proceso de desmonopolización del
principal grupo mediático. El Grupo Clarín tiene el control de más de 300
canales en todo el país y se resiste avanzar en el camino de la
desmonopolización”.
O império
tenta reafirmar-se no continente
Estados Unidos es un imperio que ha iniciado un proceso de
descomposición y decadencia. Así describe Atilio Borón el actual contexto que
vive la región en relación al poder hegemónico de las grandes naciones. Una
realidad que, señala, ha sido aceptada inclusive por algunos de los grande
intelectuales orgánicos de Estado Unidos como Zbigniew Brzezinski - uno
de sus pensadores capitalistas.
La región, explica el escritor del libro “América Latina en la
geopolítica del imperialismo”, adquiere una renovada importancia estratégica y
global para los intereses estadounidenses, principalmente por sus recursos
naturales.
“América Latina posee (possui), con Venezuela, la reserva
hidrocarburífera (petróleo) más grande del mundo; tiene la mitad del agua
potable del planeta tierra; la mitad de la biodiversidad mundial; y, grandes
depósitos de minerales estratégicos. Entonces yo creo que Estados Unidos ahora
está haciendo (fazendo) un movimiento para intentar reafirmarse en América
Latina”.
El control de los recursos naturales de América Latina es medular para
el imperialismo y en la obra de Borón se exponen los mecanismos con los
cuales se intenta reafirmar ese poder. La implantación de bases militares en la
región sumada a una política de guerra, el alineamiento (o alinhamento) de
la América Latina hacia los Estados Unidos, la destrucción de los procesos de
cambio (de mudança) continental y la creación de las condiciones para expandir
las empresas transnacionales son algunas de las estrategias.
Ante la actual crisis la su solución debe lograrse, indica Borón en su
libro, desde una nueva organización post–capitalista, fenómeno que confiere una
gran importancia al socialismo del siglo XXI (ao socialismo do século 21) como
proyecto alternativo. Algunos países de la región, como Ecuador, son parte de
este proceso. Por esa razón, advierte, hay que analizar las coyunturas que
relacionan a Estados Unidos con América Latina.
En este momento la reafirmación estaría sucediendo desde lo que detalla
el intelectual argentino como “dos andariveles”. (dois lados)
“Normalizar la relación con
Cuba y al mismo tiempo acentuar la presión para acabar con el gobierno de
Maduro en Venezuela. No debemos ser ingenuos. Tenemos que estar conscientes que
Estados Unidos sigue teniendo como objetivo el cambio (a mudança) de régimen en
Cuba y acabar con la revolución bolivariana”.
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