O SILÊNCIO DOS ARTISTAS: EMICIDA NA VIRADA CULTURAL 2015 - POR JORNALISTAS LIVRES (vídeo)


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O público de Emicida canta numa só voz na praça Júlio Prestes, em São Paulo ( Foto: Mídia Ninja)
O "fortíssimo discurso cidadão" do rapper Emicida

Por Pedro Alexandre Sanches, do Farofafá, para os Jornalistas Livres

“Nós não veio de branco à toa, certo?”, diz o rapper Emicida, vestido de branco da cabeça aos pés, a exemplo dos integrantes da banda e dos convidados especialíssimos de seu show na Virada Cultural, o mito da bossa nova João Donato e o mito do samba Martinho da Vila. “Nós veio de branco por causa de um tempo em que uma menina de 11 anos toma uma pedrada por ser do candomblé. Nós veio de branco por vagabundo que tá querendo cuidar dos jovem e fala mais de cadeia que de escola, tá ligado?

Era apenas o começo de um fortíssimo discurso cidadão que, sem jamais citar nomes, respingou em políticos profissionais como o presidente peemedebista da Câmara Federal, Eduardo Cunha, e os governadores peessedebistas dos estados de São Paulo, Geraldo Alckmin, e Paraná, Beto Richa. O protesto-provocação prosseguiu, estruturado em rimas e na linguagem-poema original, de identidade, do artista paulistano:

“E aí vira o quê? Os com-diploma versus os consciência. A Fundação é tudo, menos Casa, prum interno. É mó boi odiar o diabo, eu quero ver cê se ver lá no inferno. Não existe amor em SP? Existe pra caralho. Cês acham que as Mães de Maio chora por quê? Tendo que sobreviver ao pai que abusa, ao ferro sob a blusa, às farda que mata nós e nunca fica reclusa, ao Estado que te usa, ao padrão de beleza musa e aos otário que inda quer vim me falar de racismo ao contrário. Tempo doido, tempo doido, a espinha gela, onde as mulher é estuprada e no final a culpa ainda é delas. O problema é seu e da sua dor. Às vez eu me sinto inútil aqui, que eu não valho nada, igual o governo tem tratado os professor. Mas presses bunda mole aí que acha que nós tá dormindo, um aviso: não é porque nós tá sonhando que nós tá dormindo, viu?”.

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