(Foto: O Cafezinho) |
A corrupção fiscal dos muito ricos, assim como a
falta de imposto sobre grandes fortunas, são a razão principal da sobrecarga
tributária que pesa sobre a classe média, os assalariados e as pequenas
empresas brasileiras.
Por Miguel do Rosário, diretamente de Brasília - no seu blog O Cafezinho, de 21/05/2015 (artigo recomendado pelo companheiro Geraldo Guedes, advogado em Brumado-Bahia)
O Senado autorizou a instalação, esta semana, da CPI do Carf, que
ajudará a dar suporte político à Operação Zelotes, conduzida pela Polícia
Federal e pelo Ministério Público.
O Cafezinho prefere lhe dar um apelido
mais popular: CPI do Darf, para lembrar a campanha “Mostra o Darf, Rede Globo!”
que fizemos após a divulgação de documentos que ilustravam a “engenhosa
operação financeira” da Globo, visando fraudar o fisco na aquisição dos
direitos de transmissão da Copa de 2002.
Junto à CPI do Swissleaks, agora são duas CPIs no Senado criadas através
de denúncias que tiveram mais repercussão junto às redes sociais e blogs do que
na grande imprensa.
Até porque as próprias empresas de mídia são investigadas nas duas CPIs.
Na do Swissleaks, apareceram inúmeros barões (Folha, Band, Globo) que mantinham
contas secretas na Suíça; e na recém instalada CPI do Darf, temos a RBS,
afiliada da Globo e principal grupo de mídia no Sul do país, além de bancos,
como o Safra, e indústrias, como a Gerdau.
É importante dar destaque à presença da mídia como réu, pois isso
determinará que a imprensa corporativa adote uma abordagem hostil em relação a
essas duas Cpis.
Claro, se houver a pressão certa, a imprensa será forçada a noticiar.
Não deixa de ser curioso, porém, que agora tenhamos que fazer grandes campanhas
nas redes sociais para obrigar a mídia a simplesmente cumprir seu papel: dar a
notícia.
A imprensa não sabe como tratar dois grandes escândalos onde não há, até
onde sabemos, nenhum petista.
Afinal, como manter o asfixiamento político do Planalto com escândalos
que não envolvem diretamente nenhuma figura importante ligada ao governo?
Lembrando: a Operação Zelotes investiga desvios que podem superar R$ 20
bilhões, e põe em evidência, pela primeira vez, uma instância obscura, que
nunca mereceu, por parte da imprensa, uma cobertura jornalística decente.
Essa instância chama-se Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(Carf) e vincula-se ao Ministério da Fazenda.
Esse Carf é uma jabuticaba brasileira. Não existe em lugar nenhum do
mundo.
Contenciosos fiscais que correspondem a pedaços gordos do PIB brasileiro
são discutidos sem nenhuma transparência. No momento, o Carf discute mais de R$
500 bilhões, que podem ou não ser transformados em patrimônio público. Isso dá
quantos “ajustes fiscais”?
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