(Foto: Arte divulgação/Sergio Monteiro) |
Pesquisa feita na cobertura dos
jornais Massa! e Correio, e de dois programas televisivos, Na Mira (TV Aratu,
afiliada do SBT) e Se Liga Bocão (TV Itapoan, afiliada da TV Record) – todos de
Salvador-Bahia - , deu mais consistência às manifestações de movimentos sociais
ligados à luta em defesa dos direitos humanos e de combate ao racismo.
Da Assessoria de Imprensa da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa da Bahia, de maio/2015, com o título ‘Audiência pública na
Assembleia debate a cobertura de fatos violentos pela mídia’
A
cobertura de fatos violentos e de questões que envolvam os direitos humanos
estará na pauta de uma audiência pública conjunta das comissões de Direitos
Humanos e de Combate ao Racismo, da Assembleia Legislativa da Bahia.
Pesquisadores, estudantes, lideranças de organizações de jovens e de órgãos
públicos confirmaram presença no debate propositadamente marcado para o Dia
Nacional das Comunicações, 5 de maio, a partir das 10h, na Sala Herculano
Menezes.
O
professor Giovandro Ferreira, da Facom-UFBa, estuda o tema há alguns anos e foi
um dos articuladores da criação do Centro de Comunicação, Democracia e
Cidadania (CCDC), órgão suplementar da Faculdade de Comunicação, em junho de
2009. Em 2013 a Editora da UFBa lançou o livro “A Construção da Violência na Televisão
e em Jornais Impressos na Bahia”, produzido pelo Observatório de Mídia e
Direitos Humanos da Bahia. Ferreira acrescentará dados importantes ao
levantamento feito sobre cobertura dos jornais Massa! e Correio, e de dois
programas televisivos, Na Mira (TV Aratu, afiliada do SBT) e Se Liga Bocão (TV
Itapoan, afiliada da TV Record), no período de agosto de 2011 a janeiro de
2012.
A
repercussão da divulgação dos dados da pesquisa deu ainda mais consistência às
manifestações de diversos movimentos sociais ligados à luta em defesa dos
direitos humanos e de combate ao racismo. Demandado por essas organizações, o
Ministério Público Estadual chegou a celebrar Termos de Ajustamento de Conduta
com pelo menos três emissoras de televisão de Salvador. A promotora responsável
pelos TACs, Isabel Adelaide, também confirmou presença no evento. Também a
Defensoria Pública, que atuou em casos como a entrevista de uma repórter do
programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, com um jovem negro preso em
flagrante por roubo. O caso repercutiu nacionalmente, e entidades do movimento
negro assumiram a defesa do rapaz, então com 18 anos. A DPE estará representada
pela defensora Eva Rodrigues, que falará sobre a atuação do órgão em casos
semelhantes.
Entre as
organizações da sociedade, participarão a ONG Cipó Comunicação Interativa, o
Desbafo Social e o Grupo de Comunicadores Jovens Mídia Periférica. Lideranças
jovens como Enderson Araújo e Monique Evele questionam a campanha que muitos
veículos de imprensa fazem em favor da tese da redução da maioridade penal.
Para eles, os fatos violentos praticados por jovens são superdimensionados,
como se o confinamento de adolescentes bastasse para frear as estatísticas da
criminalidade. Com dados oficiais na ponta da língua, essas lideranças que
ganharam visibilidade nacional pelo trabalho nas periferias, defendem uma
abordagem mais isenta para a sociedade poder se posicionar melhor sobre a
matéria e sem clima de comoção.
“Mídia:
quem está no controle?” é a segunda audiência pública conjunta das comissões
presididas pelos deputados Marcelino Galo (Comissão de Direitos Humanos e
Segurança Pública) e Bira Coroa (Comissão Especial de Combate ao Racismo). Na
primeira, as duas salas conjugadas do espaço reservado às comissões do
Legislativo ficaram lotadas para tratar do extermínio da juventude negra, e
mobilizaram a atenção de parlamentares de outras comissões.
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