Seminário ÁGUA - Crise do capital e do meio-ambiente, dia 30/maio, 9 horas, na Faculdade de Arquitetura da UFBa (Foto: Divulgação) |
A escassez das águas tem um significado
ambiental, social, econômico, mas, sobretudo, tem um significado político, uma
vez que diz respeito ao modo como as sociedades produtoras de mercadorias se
apropriam dos recursos ambientais e, principalmente, diz respeito à
radicalização dos processos de mercantilização da natureza e da água.
Por Bete Santos, professora da Escola
de Administração da UFBa – parte do material disponibilizado sobre o debate
convocado através do cartaz acima, conforme e-mail do companheiro Toninho,
da Oposição Operária (OPOP)
ÁGUA: DESAFIOS DO
SÉCULO XXI
Bete Santos –
Grupo Águas CNPq/Escola de Adm/UFBA
Uma provocação...
A escassez das
águas tem um significado ambiental, social, econômico, mas, sobretudo, tem um
significado político, uma vez que diz respeito ao modo como as sociedades
produtoras de mercadorias se apropriam dos recursos ambientais e,
principalmente, diz respeito à radicalização dos processos de mercantilização
da natureza e da água.
A água pode ser
tratada como uma mercadoria?
A construção da
escassez
o mundo está
ficando mais seco;
a água doce
disponível é pouca;
a distribuição
das águas no mundo e no Brasil é desigual;
historicamente,
existe uma concentração setorial e espacial do seu uso (agricultura consome 70%
/ A seca no Nordeste / falta água nas metrópoles – São Paulo como exemplo);
a demanda é
crescente e o acesso ao abastecimento e ao saneamento ainda não
está universalizado
o desperdício é
grande (em torno de 40% da água tratada se perde)
Bete Santos (Foto: Internet) |
Escassez e
qualidade de vida
Mais de 1 bilhão
de pessoas têm problemas de acesso a água potável;
2,4 bilhões não
têm acesso a saneamento básico;
5 milhões de
pessoas morrem por doenças de veiculação hídrica;
Nos países
subdesenvolvidos, menos de 5% das águas servidas são tratadas, antes de serem
devolvidas ao ambiente.
A construção da
escassez - A água como motivo de guerra
“Nos dias de hoje
250 milhões de pessoas, distribuídas em 26 países, já enfrentam a escassez
crônica de água; no ano 2025, serão 3 bilhões de pessoas em 52 países”.
Segundo a mesma
fonte, a demanda mundial de água tem dobrado a cada 21 anos e, nos dias de
hoje, a maior parte dos recursos hídricos do planeta está comprometida pela
poluição doméstica, industrial e agrícola, por desequilíbrios ambientais
resultantes do desmatamento e uso indevido do solo (EL-ASHRY, 1995:1).
A construção da
escassez
O Brasil possui a
maior reserva hidrológica do mundo.
O conjunto do
território brasileiro, o potencial hídrico do Brasil é da ordem de 5604 km³/ano
e, considerando-se a vazão de tributários internacionais da bacia Amazônica,
este volume passa para 7906 km³/ano, o que corresponde a 53,0% do potencial
total da América do Sul e 12,0% do total mundial.
A grande maioria
dos estados brasileiros (em torno de 70,0%) tem coeficiente de utilização de
recursos hídricos inferior a 5%.
Mesmo os estados
que apresentam os maiores coeficientes de utilização dos potenciais hídricos,
como Paraíba e Pernambuco (com 10,0% e 17,0%), têm coeficientes inferiores aos
de muitos países desenvolvidos, como Estados Unidos (19%) e Alemanha (27%).
(REBOUÇAS, 1994:37)
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