ÂNGELA MACHADO, EM MEIO À BARBÁRIE DA PM DE RICHA: “SOU PROFESSORA, TENHO FILHOS EM CASA! PAREM DE ATIRAR! ESTOU DESARMADA!”
Ângela
Alves de Machado é professora de História em São José dos Pinhais, Região
Metropolitana de Curitiba, e mãe de três filhos. Foto: Daniel Castellano/Gazeta
do Povo
A “foto
do ano” no Massacre do Centro Cívico de Curitiba retrata a professora de
História
Do Blog do Tarso – reproduzido do blog Viomundo – o que você
não vê na mídia, postagem de 18/05/2015
A “foto
do ano” no Massacre do Centro Cívico de Curitiba retrata a professora de
História Ângela Alves Machado, fugindo da tropa de choque do governo Beto Richa
(PSDB).
Ela é
professora em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e é
mãe de três filhos.
E deixa
claro que não é black bloc e nem baderneira.
Veja o
relato do fotógrafo Daniel Castellano, da Gazeta do Povo, sobre
a foto:
“No dia
29 de abril, cheguei um pouco mais cedo do que o costume no jornal e me dirigi
para o Centro Cívico, logo ao chegar me deparei com o aparato policial fora do
normal, centenas de policiais militares tomavam os prédios do TJ, da assembleia
e do Palácio Iguaçu. Percebi que alguma coisa não iria acabar bem quando vi as
máscaras de gás usadas pelos policiais e algumas bombas já em suas mãos.
Às 14h14,
vi e fotografei uma professora chorando, parecia que pressentia que algo de
ruim viria. E não demorou muito, por volta das 15h o conflito começou, o cordão
de isolamento foi quebrado e logo surgiram as primeiras bombas de efeito moral
e de gás lacrimogêneo. Logo a tropa de choque se posicionou em um grande
cordão de isolamento que ia do Palácio Iguaçu até em frente ao prédio anexo da
Assembleia.
Consegui
chegar no tubo do Centro Cívico e fiquei por ali durante alguns minutos
fotografando e me protegendo dos disparos das balas de borracha e das bombas.
Depois de
1 hora e meia, a tropa de choque ainda avançava em direção a rotatória da
prefeitura com a intenção de dispersar os grevistas.
De
repente, uma professora surgiu correndo na minha direção aos prantos gritando:
Sou professora, tenho filhos em casa!!! por favor parem de atirar!! Estou
desarmada!!! Fui correndo de costas mas não parei de fotografar, tinha que
registrar aquele momento e o fiz.
Ela
prosseguiu pedindo clemência ao batalhão de choque até ficar de joelho no meio
da Av Cândido de Abreu. Ficou por alguns segundos mas quando viu que a
barreira de escudos era intransponível, parou. E junto parei de fotografar
também, logo encontrei o companheiro Henry Milleo que estava ferido por um
estilhaço de bomba. Quando os ânimos se acalmaram, a Polícia Militar refez o
cordão de isolamento e os manifestantes perceberam que nada poderiam fazer para
evitar a votação…”
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