Uma cena histórica: comemoração do fim da guerra do Vietnã (Foto: Corbis/Página/12) |
O Vietnã de hoje é o resultado de 30 anos de guerra com França e EUA, que em matéria de barbárie não se diferenciam em nada do Estado Islâmico.
Por Leneide Duarte-Plon, de Paris - reproduzido do portal Carta Maior, de 01/05/2015
Dividir para dominar foi sempre o lema das grandes potências em todo o planeta. No Vietnã não foi diferente. No fim da guerra da Indochina, em 1954, a França perdeu sua colônia que, pelos acordos assinados em Genebra, passou a se chamar Vietnã, dividido em dois países – o Norte, comunista, e o Sul, sob a égide dos ocidentais. O exército francês capitulou diante da bravura do inimigo, que o venceu na batalha de Dien Bien Phu. As bombas de Napalm, fornecidas pelos americanos, foram utilizadas pela primeira vez pelos franceses na Indochina. Mesmo assim, a guerrilha dos aguerridos combatentes viet-mihn derrotou o antigo colonizador.
No ano seguinte, a guerra recomeçaria opondo o Exército Popular Vietnamita da República Democrática do Vietnã (Norte), governada por Ho Chi Minh, ao Vietnã do Sul, governado por um regime fantoche aliado dos Estados Unidos. Começava a Guerra do Vietnã, também conhecida como a Segunda Guerra da Indochina.
O povo vietnamita comemorou dia 30 de abril com uma grande parada em Ho Chi Minh-Ville (antiga Saigon) os 40 anos da tomada de Saigon, que culminou com a reunificação do país. Durante as comemorações o primeiro-ministro Nguyen Tan Dung denunciou os « crimes bárbaros » cometidos pelos Estados Unidos em seu país. Em 30 de abril de 1975, a entrada do exército do Norte na capital do Sul selou a unidade, sob um regime comunista que dura até hoje.
Nos anos 1950 e 1960, em plena guerra fria, para os Estados Unidos como para a França, a luta contra a “subversão comunista”, exportada pelo trio diabólico – URSS, China e Cuba – era um imperativo geopolítico. Daí a união de forças. Durante a guerra colonial na Indochina, 75% do equipamento do exército francês tinha origem norte-americana, segundo o historiador Alain Ruscio. Ele escreveu que os franceses foram os primeiros a usar o Napalm para bombardear o Exército Popular vietnamita, o Viet-minh.
Nos anos 60, a direita fascista francesa não perdoou ao filósofo Jean-Paul Sartre suas denúncias da tortura na Argélia, onde os bravos militares franceses queimavam vivos os muçulmanos suspeitos de ajudar a Frente de Libertação Nacional. O apartamento de Sartre foi atingido por uma bomba e o movimento de ex-combatentes pediu seu fuzilamento. Anos antes, na Indochina, o mesmo exército do “país dos direitos humanos” decapitara inúmeros viet-congs na guerra da Indochina.
Em matéria de barbárie, os fundamentalistas do Estado Islâmico não têm muito a ensinar...
A guerra contra dois impérios
No ano seguinte, a guerra recomeçaria opondo o Exército Popular Vietnamita da República Democrática do Vietnã (Norte), governada por Ho Chi Minh, ao Vietnã do Sul, governado por um regime fantoche aliado dos Estados Unidos. Começava a Guerra do Vietnã, também conhecida como a Segunda Guerra da Indochina.
O povo vietnamita comemorou dia 30 de abril com uma grande parada em Ho Chi Minh-Ville (antiga Saigon) os 40 anos da tomada de Saigon, que culminou com a reunificação do país. Durante as comemorações o primeiro-ministro Nguyen Tan Dung denunciou os « crimes bárbaros » cometidos pelos Estados Unidos em seu país. Em 30 de abril de 1975, a entrada do exército do Norte na capital do Sul selou a unidade, sob um regime comunista que dura até hoje.
Nos anos 1950 e 1960, em plena guerra fria, para os Estados Unidos como para a França, a luta contra a “subversão comunista”, exportada pelo trio diabólico – URSS, China e Cuba – era um imperativo geopolítico. Daí a união de forças. Durante a guerra colonial na Indochina, 75% do equipamento do exército francês tinha origem norte-americana, segundo o historiador Alain Ruscio. Ele escreveu que os franceses foram os primeiros a usar o Napalm para bombardear o Exército Popular vietnamita, o Viet-minh.
Nos anos 60, a direita fascista francesa não perdoou ao filósofo Jean-Paul Sartre suas denúncias da tortura na Argélia, onde os bravos militares franceses queimavam vivos os muçulmanos suspeitos de ajudar a Frente de Libertação Nacional. O apartamento de Sartre foi atingido por uma bomba e o movimento de ex-combatentes pediu seu fuzilamento. Anos antes, na Indochina, o mesmo exército do “país dos direitos humanos” decapitara inúmeros viet-congs na guerra da Indochina.
Em matéria de barbárie, os fundamentalistas do Estado Islâmico não têm muito a ensinar...
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