(Foto: Internet) |
Reproduzido do Blog do Miro, postagem de 16/04/2015
Manifesto
A TV Globo festejará os seus 50 anos de
existência no dia 26 de abril. Serão promovidos megaeventos e lançados vários
produtos comemorativos. No mesmo período, porém, muita gente está disposta a
promover a “descomemoração” do aniversário do império global, um ato de repúdio
ao papel nocivo desse grupo de mídia na história do país. Uma palavra-de-ordem
que se destaca em todo o Brasil em manifestações recentes é: “O povo não é
bobo. Fora Rede Globo”. E motivos não faltam para esta revolta.
A
emissora é filha bastarda do golpe militar de 1964. O então diretor do jornal
“O Globo” Roberto Marinho foi um dos principais incentivadores da deposição do
presidente João Goulart, dando sustentação ideológica à ação das Forças
Armadas. Um ano depois, foi fundada a sua emissora de televisão, que ganhou as
graças dos ditadores. O império foi construído com incentivos públicos,
isenções fiscais e outras mutretas. Os concorrentes no setor foram alijados,
apesar do falso discurso global sobre o livre mercado.
Nascida da costela da ditadura, a TV
Globo tem um DNA golpista. Apoiou abertamente as prisões, torturas e
assassinatos de inúmeros lutadores patriotas e democratas que combateram o
regime autoritário. Fez de tudo para salvar o regime dos ditadores, inclusive
omitindo a jornada das Diretas Já na década de 80. Com a democratização do
país, ela atuou para eleger seus candidatos – os falsos “caçadores de marajás”
e os convertidos “príncipes neoliberais”. Na fase recente, a TV Globo militou
contra toda e qualquer avanço mais progressista, atuando na desestabilização
dos governos que não rezam integralmente a sua cartilha. Nas marchas de março
desse ano, ela ajudou a mobilizar o anseio golpista e garantiu a ele todos seus
holofotes.
A revolta contra a Globo que ganha
corpo está ligada também à postura sempre autoritária diante dos movimentos
sociais brasileiros. As lutas dos trabalhadores ou não são notícia na telinha
ou são duramente criminalizadas. A emissora nunca escondeu o seu ódio ao
sindicalismo, às lutas da juventude, aos movimentos dos sem-terra e dos
sem-teto. Através da sua programação, não é nada raro ver a naturalização e o
reforço ao ódio e ao preconceito. Esse clima de controle e censura oprime
jornalistas, radialistas e demais trabalhadores da empresa, que são subjugados
por uma linha editorial que impede, na prática, o exercício do bom jornalismo,
servidor do interesse público, em vez da submissão à ânsia de poder de grupos
privados.
Além da sua linha editorial golpista e
autoritária, a Rede Globo – que adora criminalizar a política e posar de
paladina da ética – está envolvida em inúmeros casos suspeitos. Até hoje, ela
não mostrou o Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) do pagamento
dos seus impostos, o que só reforça a suspeita da bilionária sonegação da
empresa na compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002. A falta
de transparência do império em inúmeros negócios é total. Ela prega o chamado
“Estado mínimo”, mas vive mamando nos cofres públicos, seja através dos
recursos milionários da publicidade oficial ou de outros expedientes mais
sinistros.
Essas e outras razões explicam o forte
desejo de manifestar o repúdio à TV Globo em seu aniversário de 50 anos. Assim,
vamos realizar em torno do dia 26 de abril uma série de manifestações, em todo
o país, para denunciar a emissora como golpista ontem e hoje; exigir a
comprovação do pagamento de seus impostos; e reforçar a luta por uma mídia
democrática no Brasil.
Sem enfrentar o poder e colocar limites
à maior emissora do Brasil – e uma das cinco maiores do mundo – não será
possível garantir a regulamentação dos artigos da Constituição que proíbem o
monopólio para levar a cabo a democratização do país. Por isso, vamos às ruas
contra a Globo e convidamos todos os brasileiros comprometidos com a
democracia, a liberdade de expressão, a cultura nacional, o jornalismo livre e
a soberania popular a participar das manifestações em todo o país.
Assinam este manifesto (em ordem
alfabética):
ANPG - Associação Nacional de
Pós-Graduandos
Associação Franciscana de Defesa de
Direitos e Formação Popular
Campanha por uma Constituinte Exclusiva
e Soberana do Sistema Político
Centro de Estudos Barão de Itararé
Consulta Popular
Contracs – Confederação Nacional dos
Trabalhadores no Comércio e Serviços
CTB - Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil
CUT- Central Única dos Trabalhadores
Enegrecer- Coletivo Nacional de
Juventude Negra
FNDC- Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação
Fora do Eixo
FUP- Federação Única dos Petroleiros
Intersindical Central da Classe
Trabalhadora
Intervozes
Juventude do PT
Levante Popular da Juventude
MAB- Movimento dos Atingidos por
Barragens
Marcha Mundial das Mulheres
Movimento JUNTOS!
MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra
MTST- Movimento dos Trabalhadores Sem
Teto
Nação Hip Hop Brasil
Sindicato dos Jornalistas Profissionais
no Estado de São Paulo
Sindicato dos Professores (Sinpro) de
Campinas
UBM- União Brasileira de Mulheres
UJS- União da Juventude Socialista
UNE- União Nacional dos Estudantes
Uneafro-Brasil
Jornal Brasil de Fato
Site Vermelho
Blog da Cidadania
Blog Maria Frô
Blog O Cafezinho
Blog Viomundo
* Para aderir ao manifesto, envie o
nome da sua entidade paracontato@baraodeitarare.org.br
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