LISTA DO JANOT - POR MIGUEL DO ROSÁRIO: A MONTANHA PARIU UM RATO? OU MELHOR, PARIU UM GOLPE?



(Ilustração: O Cafezinho)
E agora estamos diante de nova patranha. Não importa se as acusações contra diversos parlamentares são inconsistentes. O caso servirá de pretexto para quebras de sigilo e perseguições midiáticas implacáveis.

Por Miguel do Rosário, postado em 07/03/2015, no seu blog O Cafezinho

É incrível que após tantos meses de suspense, de terrorismo político, de manipulação de vazamentos para interferir nas eleições, a famigerada Lista do Janot seja um apanhadão baseado quase que exclusivamente em delações premiadas de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa.

E delações baseadas, na maioria das vezes, num “ouvi falar” altamente questionável.

Temos a impressão que os promotores e os delegados da Polícia Federal simplesmente não trabalharam.

Eles apenas ouviram os dois delatores, conferindo peso de verdade a tudo que disseram. Quer dizer, nem tudo. O que os delatores falavam sobre o PSDB era solenemente ignorado ou desprezado.

Nem a contradição entre um e outro foi considerada.

Os depoimentos sobre Lindberg Farias, Humberto Costa e Palocci foram contraditórios.

Paulo Roberto Costa falou uma coisa, Albertou Youssef negou.

No caso de Lindberg, nem a delação de Costa o incrimina, porque o petista foi conversar com ele, quando Costa ainda era um homem imaculado, sem acusações, para lhe ajudar a obter arrecadação oficial, legal, para a sua campanha.

Agora todos esses nomes serão usados para a mídia construir o seu tribunal particular, tendo já julgado e condenado e sentenciado todos. Nem importa se os casos forem arquivados mais tarde. Se isso acontecer, a imprensa gritará pizza e o objetivo estará cumprido de qualquer forma: enfraquecer politicamente o PT.

Os senadores do PT foram incluídos para que o governo perdesse o seu núcleo de apoio no Senado. O inquérito serve para desestabilizá-los em várias frentes: emocionalmente, politicamente e até financeiramente, visto que precisarão contratar escritórios milionários de advocacia. 

Fragilizados, e ocupados com suas próprias defesas, terão dificuldade para defender Dilma ou o governo.

Parece tudo um jogo político.

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