![]() |
O banqueiro Saul Sabbá teve seu nome veiculado em uma lista de suspeitos no escândalo do HSBC (Foto: Correio do Brasil) |
"O número de brasileiros que utilizaram o mecanismo criminoso disponibilizado pelo
HSBC é de aproximadamente 6 mil pessoas".
Por redação do jornal digital Correio do Brasil, do Rio de Janeiro, de 28/02/2015
No site Megacidadania,
o repórter Alexandre Teixeira revela como o ex-assessor de FHC, que integrava
o programa de privatização da década de 90, Saul Dutra Sabba, dono do
Banco Máxima, foi protegido pela mídia conservadora e teve seu nome retirado da
primeira lista divulgada no país. “(O colunista do diário conservador
paulistano Folha de S. Paulo) Fernando Rodrigues enterra de vez a credibilidade
do jornalismo ao ocultar os nomes dos correntistas brasileiros que estão
camuflados no HSBC”, afirmou Teixeira ao jornalista João Pedro Werneck,
em entrevista divulgada neste sábado.
O
‘Suiçalão’ ou Swissleaks, como ficou conhecido o escândalo,
internacionalmente, tem como fonte original um especialista em informática do HSBC,
o franco-italiano Hervé Falciani. Segundo ele, entre os correntistas, estão
8.667 brasileiros, responsáveis por 6.606 contas que movimentam, entre 2006 e
2007, cerca de US$ 7 bilhões, que em grande parte podem ter sido ocultados do
fisco brasileiro.
No
boletim do mandato da deputada Jandira Feghali, Werneck publica, na sessão Dois Dedos de Prosa, a conversa com Alexandre
Teixeira.
– O
jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, não revela a lista com nomes de
brasileiros donos de contas do HSBC na Suíça. O que isso aponta no jornalismo
nacional?
–
Fernando Rodrigues enterra de vez a credibilidade do jornalismo ao ocultar os
nomes dos correntistas brasileiros que estão camuflados no HSBC (fugindo assim
de suas responsabilidades tributárias). O termo “camuflados” se aplica com
perfeição, pois autoridades francesas concluíram em 2013 que 99,8% de seus
cidadãos na lista vazada praticavam o crime de evasão fiscal.
– Essa
seleção do vazamento de informações tem caráter político? Ele mostra que
Barusco, por exemplo, possuía contas por lá, mas não o ex-assessor de FHC. Por
que?
– O
número de brasileiros que utilizaram o mecanismo criminoso disponibilizado pelo
HSBC é de aproximadamente 6 mil pessoas e já foi divulgado divididas da seguinte
forma: 10%, ou seja, 600 contas estão vinculadas a empresas no exterior em
paraísos fiscais (que é o método de esconder o dono do dinheiro); 20%, ou seja,
1.200 contas estão em nome de seus proprietários; 70%, ou seja, 4.200 contas
são contas numeradas que é o tradicional artifício para ocultar seu
proprietário.
Portanto,
ao pinçar um nome dentre 1,2 mil identificados, Fernando Rodrigues comprova
estar agindo com evidente parcialidade, pois conseguimos identificar a conta
do banqueiro Saul Dutra Sabba, dono do Banco Máxima e que foi assessor do FHC
nas privatizações de grandes empresas como Vale e CSN, mas o Fernando
Rodrigues, estranhamente, não teve interesse em divulgá-la.
– Qual é
a relação da TV Globo neste processo noticioso? E por que?
– O blog
Diário do Centro do Mundo está desenvolvendo uma série de reportagens sobre o
escândalo da sonegação/corrupção da Rede Globo e identificou o paraíso fiscal
das Ilhas Virgens como sendo o local onde a Globo executou seus crimes. É
exatamente nestes paraísos fiscais que estão centenas de contas de brasileiros,
via mecanismos fraudulentos do HSBC.
– O que o
Brasil tem a perder com uma mídia se portando desta forma?
– O
distinto público brasileiro ainda sofre forte influência da pauta midiática
imposta por seis famílias que controlam os principais meios de comunicação,
notadamente TV e rádio. É notório o vínculo político existente entre a velha
mídia empresarial e os partidos oposicionistas. E é de conhecimento público que
o HSBC é um grande financiador publicitário destas famílias que controlam a
mídia brasileira. Portanto, a possibilidade concreta de que estas empresas de
comunicação também tenham se utilizado desta bandalheira para roubar o dinheiro público (como
é o caso do Grupo Clarín de Comunicação na Argentina), evidencia as reais
motivações de Fernando Rodrigues (empregado que é do Grupo UOL/Folha de São
Paulo) para encobrir a divulgação dos titulares destas contas camufladas.
Entendo
que é dever de consciência política de todos que lutam contra a corrupção, exigir
a imediata divulgação integral da lista dos saqueadores camuflados pelo HSBC –
concluiu Alexandre Teixeira, editor do Megacidadania.
Comentários