Leopoldo López, Maria Corina Machado e Antonio Ledezma, representantes da ultradireita venezuelana que articulavam um golpe de Estado contra Maduro (Foto: Pátria Latina) |
Por Diário Liberdade, de 21/02/2015 - reproduzido do site Pátria Latina
Reunidos na
Praça Bolívar, os trabalhadores e vereadores da Prefeitura Metropolitana
de Caracas respaldaram a decisão do governo venezuelano de prender, por
ordens do Ministério Público, o prefeito Antonio Ledezma, na noite
desta quinta-feira (19).
Os
funcionários denunciaram que Ledezma zombava da instituição e que
mostrou seu caráter golpista quando assinou o documento "Acordo Nacional
para a Transição", articulando um golpe de Estado contra o presidente
Nicolás Maduro, juntamente com outros oposicionistas radicais, como
Maria Corina Machado e Leopoldo López, dois dos orquestradores dos atos
terroristas que marcaram as manifestações da oposição contra o governo
bolivariano no ano passado.
Por sua vez, o
vereador Alexander Nebreda destacou que na prefeitura foi realizada uma
lista paralela para executar todos os atos violentos do país, sendo
Antonio Ledezma e Lorent Saleh (que utilizava uma ONG de fachada para
realizar treinamento paramilitar na Colômbia, planejando realizar
atentados na Venezuela, e que foi preso em setembro de 2014) os
responsáveis das ações terroristas, segundo informa a TV da Assembleia
Nacional da Venezuela.
Ledezma será
processado pela Justiça venezuelana por todos os crimes cometidos contra
a paz, a segurança e a Constituição do país, afirmou Maduro. O
ultradireitista, que participou do golpe de Estado de 2002 contra o
então presidente Hugo Chávez - que não deu certo graças ao apoio da
população ao líder bolivariano -, e que também já foi acusado de crimes
de corrupção e responsabilidade pela morte de estudantes durante
protestos em Caracas, deu mostras de que realmente é favorável a um
golpe de Estado inconstitucional, tendo diversas vezes pedido a renúncia
do presidente Nicolás Maduro.
Acordo Nacional para a Transição, uma verdadeira tentativa de golpe de Estado
Na mesma
noite em que Ledezma foi preso, o presidente Maduro pediu que se fizesse
público o documento que, citado pelas autoridades venezuelanas e pelos
funcionários públicos de Caracas, prega o golpe de Estado, assinado por
Ledezma, Leopoldo López e Maria Corina Machado. A VTV teve acesso ao
documento e o reproduziu em seus veículos de mídia.
Datado de 11
de fevereiro de 2015, o documento apresenta um "programa baseado em três
agendas de ações concretas" que pregam a "transição" e a "mudança de
rumo" do país, uma clara alusão a um golpe de Estado, propondo medidas
inconstitucionais golpistas e "um processo que experimentará riscos,
turbulências e armadilhas de diversas ordens".
O documento propõe também medidas neoliberais, ao tirar o poder que atualmente está, em sua maioria, nas mãos do Estado e do povo venezuelanos, e entregá-lo para os grandes capitalistas nacionais e internacionais, privatizando as empresas estatais, dando autonomia ao Banco Central da Venezuela e fornecendo o dinheiro do povo venezuelano ao FMI ("Inserir novamente a Venezuela nos circuitos financeiros internacionais e obter deles os apoios econômicos necessários para superar as dificuldades de curto prazo", afirma o documento) como fizeram nos anos 90.
Além disso, o documento também demonstra a intenção de desmantelar as milícias populares de autodefesa dos trabalhadores para que a extrema-direita possa atacar com mais violência ainda o proletariado venezuelano, não bastando as ações terroristas que ela vem empreendendo há anos.
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