(Foto: Elliott Brown / Flickr) |
Acordos permitiram que os governos dos países com clientes envolvidos no esquema recebessem uma lista de nomes dos cidadãos implicados no escândalo.
Por Alexandre Léchenet - LeMonde.fr - reproduzido do portal Carta Maior, de 21/02/2015
Os arquivos obtidos cobrem o período entre 2006 e 2007. Eles permitem ter uma ideia do montante máximo então disponível nestas contas. Não causa surpresa que as somas mais importantes estejam em paraísos fiscais como as Ilhas Virgens britânicas, Panamá, Bahamas e Ilhas Cayman. Os investigadores franceses, que estimaram o total das contas em 180,7 bilhões de euros, haviam calculado que quase a metade desta soma – mais exatamente 85,5 bilhões – estava depositada em contas de sociedades de fachada nestes paraísos fiscais.
Arquivos compartilhados entre países
Acordos fiscais preexistentes entre países permitiram que os órgãos do Fisco dos países com o maior número de clientes envolvidos no esquema recebessem do Fisco francês a lista de nomes dos cidadãos implicados no escândalo.
Assim, em 2010, no momento em que a Grécia é atingida pela crise, Christine Lagarde, então ministra das Finanças francesa, entregou um CD-Rom ao governo grego, batizado então de “lista Lagarde”. Esta lista será publicada, na íntegra, dois anos mais tarde, após suspeitas de manobras para retirar os nomes de pessoas próximas ao então ministro das Finanças grego, George Papaconstantinou.
Vários outros países europeus receberam a lista de clientes ligados a cada um em 2010, como Alemanha, Espanha, Irlanda, Bélgica, Reino Unido e Itália. Índia, Estados Unidos e Argentina também receberam suas respectivas listas nesta ocasião. De posse destes nomes, muitos destes governos puderam analisar e interpelar os maiores sonegadores, com investigações mais ou menos aprofundadas e resultados variados. A Argentina e a Bélgica, assim como na França, anunciaram que processaram o HSBC por evasão fiscal.
Tradução de Clarisse Meireles
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