(Ambas as fotos são reproduzidas do Viomundo) |
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Quanto vale a Petrobras
por Mauro Santayana, via Julio Cesar Macedo Amorim
A Petrobras não é apenas uma empresa. Ela é uma Nação. Um conceito. Uma bandeira. E por isso, seu valor é tão grande, incomensurável, insubstituível.
Reproduzido do blog Viomundo - o que você não vê na mídia, de 03/02/2015 (o artigo foi sugerido a este Evidentemente pelo companheiro Geraldo Guedes, advogado em Brumado-Bahia)
O adiamento do balanço da Petrobras do terceiro trimestre do ano passado foi
um equívoco estratégico da direção da companhia, cada vez mais vulnerável à
pressão que vem recebendo de todos os lados, que deveria, desde o início do
processo, ter afirmado que só faria a baixa contábil dos eventuais prejuízos
com a corrupção, depois que eles tivessem, um a um, sua apuração concluída, com
o avanço das investigações.
A divulgação do
balanço há poucos dias, sem números que não deveriam ter sido prometidos, levou
a nova queda no preço das ações.
E, naturalmente, a
novas reações iradas e estapafúrdias, com mais especulação sobre qual seria o
valor — subjetivo, sujeito a flutuação, como o de toda empresa de capital
aberto presente em bolsa — da Petrobras, e o aumento dos ataques por parte dos
que pretendem aproveitar o que está ocorrendo para destruir a empresa —
incluindo hienas de outros países, vide as últimas idiotices do Financial Times
– que adorariam estraçalhar e dividir, entre baba e dentes, os eventuais
despojos de uma das maiores empresas petrolíferas do mundo.
O que importa mais
na Petrobras?
O valor das ações,
espremido também por uma campanha que vai muito além da intenção de sanear a empresa
e combater eventuais casos de corrupção e que inclui de apelos, nas redes
sociais, para que consumidores deixem de abastecer seus carros nos postos BR; à
aberta torcida para que “ela quebre, para acabar com o governo”; ou para que
seja privatizada, de preferência, com a entrega de seu controle para
estrangeiros, para que se possa — como afirmou um internauta — “pagar um real
por litro de gasolina, como nos EUA”?
Para quem investe
em bolsa, o valor da Petrobras se mede em dólares, ou em reais, pela cotação do
momento, e muitos especuladores estão fazendo fortunas, dentro e fora do
Brasil, da noite para o dia, com a flutuação dos títulos derivada, também, da
campanha antinacional em curso, refletida no clima de “terrorismo” e no desejo
de “jogar gasolina na fogueira”, que tomou conta dos espaços mais conservadores
— para não dizer golpistas, fascistas, até mesmo por conivência — da internet.
Para os patriotas
- e ainda os há, graças a Deus - o que importa mais, na Petrobras, é seu valor
intrínseco, simbólico, permanente, e intangível, e o seu papel estratégico para
o desenvolvimento e o fortalecimento do Brasil.
Quanto vale a
luta, a coragem, a determinação, daqueles que, em nossa geração, foram para as
ruas e para a prisão, e apanharam de cassetete e bombas de gás, para exigir a
criação de uma empresa nacional voltada para a exploração de uma das maiores
riquezas econômicas e estratégicas da época, em um momento em que todos diziam
que não havia petróleo no Brasil, e que, se houvesse, não teríamos, atrasados e
subdesenvolvidos que “somos”, condições técnicas de explorá-lo?
Quanto vale a
formação, ao longo de décadas, de uma equipe de 86.000 funcionários,
trabalhadores, técnicos e engenheiros, em um dos segmentos mais complexos da
atuação humana?
Quanto vale a
luta, o trabalho, a coragem, a determinação daqueles, que, não tendo achado
petróleo em grande quantidade em terra, foram buscá-lo no mar, batendo
sucessivos recordes de poços mais profundos do planeta; criaram soluções,
“know-how”, conhecimento; transformaram a Petrobras na primeira referência no
campo da exploração de petróleo a centenas, milhares de metros de profundidade;
a dezenas, centenas de quilômetros da costa; e na mais premiada empresa da
história da OTC – Offshore Technology Conferences, o “Oscar” tecnológico da
exploração de petróleo em alto mar, que se realiza a cada dois anos, na cidade
de Houston, no Texas, nos Estados Unidos?
Quanto vale a
luta, a coragem, a determinação, daqueles que, ao longo da história da maior
empresa brasileira — condição que ultrapassa em muito, seu eventual valor de
“mercado” — enfrentaram todas as ameaças à sua desnacionalização, incluindo a
ignominiosa tentativa de alterar seu nome, retirando-lhe a condição de
brasileira, mudando-o para “Petrobrax”, durante a tragédia privatista e
“entreguista” dos anos 1990?
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