(Ilustração: Pátria Latina) |
As manchetes da mídia gritam perigo, crise e derrota
iminente, enquanto que os suspeitos de sempre declaram a guerra
encoberta contra o povo venezuelano.
Por Eva Golinger, no site Diário Liberdade - reproduzido do portal Pátria Latina, de 08/02/2015
Há
um golpe de Estado em marcha na Venezuela. As peças estão se encaixando
como em um filme da CIA. A cada passo um novo traidor se revela, uma
traição nasce, cheia de promessas para entregar a batata quente que
justifique o injustificável. As infiltrações aumentam, os rumores
circulam como um barril de pólvora, e a mentalidade de pânico ameaça
superar a lógica. As manchetes da mídia gritam perigo, crise e derrota
iminente, enquanto que os suspeitos de sempre declaram a guerra
encoberta contra um povo cujo único crime é ser guardião da maior mina
de ouro negro no mundo.
Esta
semana, enquanto o New York Times publicou um editorial desacreditando e
ridicularizando o presidente venezuelano Nicolás Maduro, qualificando-o
de "errático e despótico" ('O senhor Maduro em seu labirinto', NYT 26
de janeiro de 2015), um jornal no outro lado do Atlântico acusou o
presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, a
figura política mais destacada do país depois de Nicolás Maduro, de ser
um chefe do narcotráfico ('El jefe de seguridad del número dos (dois) chavista
deserta a EE.UU. y le acusa de narcotráfico', ABC.es 27 de janeiro de
2015). As acusações vêm de um ex-oficial da Guarda de Honra presidencial
da Venezuela, Leasmy Salazar, que serviu ao presidente Chávez e foi
recrutado pela Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), agora
convertendo-se no novo "menino de ouro" na guerra de Washington contra a
Venezuela.
Dois
dias depois, o New York Times publicou um artigo de primeira página
atacando a economia e a indústria petroleira venezuelana e prevendo sua
queda ('Escassez e longas filas na Venezuela após a queda do petróleo',
New York Times 29 de janeiro de 2015). Óbvias omissões do artigo
incluíram menção das centenas de toneladas de alimentos e outros
produtos de consumo que foram retidos ou vendidos como contrabando pelas
distribuidoras privadas e empresas, afim de criar escassez, pânico,
descontentamento com o Governo e de justificar a especulação dos preços
inflados. O artigo também se nega a mencionar as medidas e iniciativas
em curso implementadas pelo Governo para superar as dificuldades
econômicas.
Ao
mesmo tempo, uma notícia sensacionalista, absurda e enganosa foi
publicada em vários diários estadunidenses, em forma impressa e online,
que vincula a Venezuela às armas nucleares e um plano para bombardear a
cidade de Nova Iorque ('Cientista é preso nos Estados Unidos por ajudar a
Venezuela a construir bombas', 30 de janeiro de 2015, NPR). Enquanto
que a manchete faz os leitores acreditarem que a Venezuela esteve
diretamente envolvida num plano terrorista contra os EUA, o texto do
artigo deixa claro que não há nenhuma participação venezuelana no
acontecimento. Toda a farsa era uma armadilha criada pelo FBI, cujos
agentes pretenderem ser funcionários venezuelanos para capturar um
cientista nuclear que uma vez trabalhou no laboratório de Los Álamos e
não tinha nenhuma conexão com a Venezuela.
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