(Foto: Brasil 247) |
Jornais conservadores, como Globo e Estado, destacam o ponto mais importante do discurso de posse da presidente Dilma Rousseff, que trata da defesa da Petrobras de seus 'predadores internos e inimigos externos', para ironizá-lo, como se não houvesse, nos meios de comunicação, uma torcida organizada contra a estatal e que defende interesses antinacionais; para quem não se lembra, o Globo, dos irmãos Marinho, foi o primeiro veículo a explicitar que a Lava Jato obrigaria a Petrobras a abrir o pré-sal aos estrangeiros; ontem, empossada para mais quatro anos, Dilma deixou claro que o regime de partilha do petróleo continuará em vigor; inimigos externos não gostaram.
247 - O ponto alto do discurso da presidente Dilma Rousseff ao tomar posse do seu segundo mandato foi, sem dúvida, o que abordou a Petrobras.
Dilma falou em defender a empresa de seus "predadores internos e inimigos externos". Em seguida, arrematou: "Não podemos permitir que a Petrobras seja alvo de um cerco especulativo dos interesses contrariados com a adoção do regime de partilha e da política de conteúdo local, que asseguraram ao nosso povo, o controle sobre nossas riquezas petrolíferas" (leia mais aqui).
Foi um recado claro para determinadas forças que tentam se valer da crise de imagem da Petrobras para forçar uma mudança de regime na produção de petróleo no País. Quem mais destaca, entre essas forças, é o grupo Globo, dos irmãos Marinho, o primeiro a dizer, com todas as letras, que a Lava Jato obrigaria a Petrobras a retomar o regime de concessões de petróleo, no lugar do modelo de partilha.
Quinze dias atrás, por exemplo, o Globo dizia, em reportagens e editoriais, que a regra do pré-sal poderia e deveria mudar, em benefício da exploração por empresas estrangeiras, como Shell, Exxon, Chevron e BP (leia mais aqui).
Dilma, no entanto, demonstrou estar atenta a essas pressões. E demonstrou que não irá ceder um milímetro em suas convicções sobre o melhor regime para a exploração das riquezas do pré-sal.
Os inimigos externos da Petrobras, nesse contexto, vestiram a carapuça. Em sua manchete, o Globo afirmou que "Dilma recicla promessas e vê 'inimigos externos' da Petrobras", como se eles não existissem – embora o jornal dos Marinho seja uma realidade palpável. O Estado de S. Paulo seguiu a mesma linha, mas não com a mesma intensidade.
O fato é que nem um nem outro terá força para provocar uma mudança nas regras do pré-sal.
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