(Foto: DCM) |
2013 foi o ano em que o Movimento Passe Livre tornou-se nacionalmente conhecido e houve o fator “surpresa” na dimensão das manifestações. Agora a expectativa pelo “sucesso” e adesão são altas. Conseguirão revogar novamente o aumento da tarifa que entra em vigor hoje?
Por Mauro Donato, no Diário do Centro do Mundo - DCM, de 06/01/2015
O DCM conversou com Erica de Oliveira, do Movimento Passe Livre.
DCM: O Movimento Passe Livre sempre defendeu que a opção tarifa zero no transporte público é uma decisão política. O que avançou em termos políticos desde 2013? Prefeito ou governador chamaram o movimento pelo menos para comunicar e explicar a situação orçamentária?
MPL: O prefeito não consultou o movimento assim como ele não consulta a população. O movimento não é representante das pessoas então a gente nunca esperou ser consultado para nada. Mas assim como os outros aumentos de tarifa, este também foi decidido dentro de gabinetes pensando em interesses muito específicos de gente que tem muito poder.
E prefeito e governador tiveram a coragem de decretar um aumento de tarifa mesmo depois que uma auditoria comprovou que empresários de transporte ganham acima da média (de outros serviços). Mais uma vez, como várias medidas que ocorrem na cidade como um todo e não só nos transportes, a decisão foi tomada à revelia da população. A gente sempre fala que quem mais entende de transporte coletivo é o usuário porque é ele que utiliza todo dia, então é ele que tem que decidir.
Algumas precauções parecem ter sido tomadas desta vez. A época do ano, a adoção do passe livre para estudantes da rede pública e universitários beneficiários de programas como o FIES e PROUNI. Essas medidas não podem desmobilizar ou enfraquecer o movimento?
Não. No Rio de Janeiro por exemplo o passe livre para estudante já existia e isso não impediu que acontecessem mobilizações. O que reforçamos é que quem é atingido por aumento de tarifa não é só estudante, é todo mundo. Sobre a época do ano, isso já ocorreu em outras gestões, não é um elemento novo, então a gente acredita que vai fazer uma luta da mesma forma que foi feita em outros períodos.
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