APÓS MORTE DE PROMOTOR, GOVERNO ARGENTINO VAI AUTORIZAR DESCLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS SECRETOS SOBRE ATENTADO
Promotor compareceria hoje (segunda, dia 19) para depor no Congresso argentino (Foto: Agência Efe/Opera Mundi) |
Alberto Nisman, que acusaria a presidente
Cristina Kirchner e o chanceler Héctor Timerman, foi encontrado morto
por um tiro na cabeça neste domingo
Por Aline Gatto Boueri, de Buenos Aires - matéria reproduzida do portal Opera Mundi, de 19/01/2015 - 16h30 (Atualizada às 18h37)
O governo argentino anunciou que vai autorizar a desclassificação dos documentos secretos do caso Amia (Associação Mutual Israelense Argentina), onde um atentado a bomba matou 85 pessoas e deixou cerca de 300 feridos em 1994.
A decisão de desclassificar veio da SI (Secretaria de Inteligência) e foi assinada por Oscar Parrilli, à frente do órgão desde dezembro, quando o governo argentino fez mudanças na agência. A abertura desses arquivos, no entanto, foi ordenada pela própria presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
O anúncio aconteceu na tarde desta segunda-feira (19/01), horas depois de o promotor da causa, Alberto Nisman, ser encontrado morto em seu apartamento no bairro portenho de Puerto Madero. Nisman foi designado como promotor especial da causa em 2005 pelo ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).
O governo argentino anunciou que vai autorizar a desclassificação dos documentos secretos do caso Amia (Associação Mutual Israelense Argentina), onde um atentado a bomba matou 85 pessoas e deixou cerca de 300 feridos em 1994.
A decisão de desclassificar veio da SI (Secretaria de Inteligência) e foi assinada por Oscar Parrilli, à frente do órgão desde dezembro, quando o governo argentino fez mudanças na agência. A abertura desses arquivos, no entanto, foi ordenada pela própria presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
O anúncio aconteceu na tarde desta segunda-feira (19/01), horas depois de o promotor da causa, Alberto Nisman, ser encontrado morto em seu apartamento no bairro portenho de Puerto Madero. Nisman foi designado como promotor especial da causa em 2005 pelo ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).
O promotor havia denunciado a presidente Cristina Kirchner, o chanceler Héctor Timerman e o deputado Andrés Larroque. Segundo Nisman, os acusados haviam encoberto responsabilidades para facilitar um acordo de entendimento com o Irã, país de onde provém parte dos acusados pelo atentado à Amia.
Quando Nisman fez a denúncia, no dia 14 de janeiro, a juíza María
Servini de Cubría havia rejeitado seu pedido de habilitar investigações
em caráter especial durante o período de férias judiciais. Com a morte
do promotor, o juiz responsável pela causa Amia, Ariel Lijo, voltou ao
trabalho e entrou com pedido de medidas urgentes para garantir a
integridade das provas que ele deveria apresentar hoje a uma comissão do
Congresso Nacional.
Nisman morreu vítima de um disparo de arma de fogo, que atingiu sua cabeça. Em comunicado oficial, a promotora Viviana Fein informou que o resultado da autópsia no corpo de Nisman revelou que não houve intervenção de terceiros na morte do promotor da causa Amia. Entre hoje e amanhã a promotoria espera resultados de exames mais detalhados.
Oposição se manifestou
Pela manhã, o chefe de governo da cidade de Buenos Aires e pré-candidato opositor à Presidência, Mauricio Macri, concedeu uma coletiva de imprensa na qual criticou os serviços de inteligência da Argentina e afirmou que "se essa morte terminar em mais impunidade será um desastre institucional em nosso país".
Macri responde atualmente na Justiça argentina por espionagem ilegal, junto ao ex-chefe da Polícia Metropolitana (que atua na Capital Federal) "Fino" Palacios. Palacios, que foi investigado por Nisman, também é acusado de encobrir vínculos locais com o atentado à Amia e de instalar escutas ilegais em telefones de familiares de vítimas.
O deputado federal e também pré-candidato opositor à presidência, Sergio Massa (Frente Renovador), convocou uma coletiva de imprensa à tarde, quando avisou que havia suspendido suas atividades de campanha para se pronunciar sobre o caso. Massa pediu que o oficialismo e a oposição se unissem para pressionar pela convocatória de sessões especiais no Congresso. Massa solicitou ainda que a Corte Suprema interviesse no caso, bem como a anulação do memorando de entendimento com o Irã, assinado em 2013 e que previa uma Comissão da Verdade binacional para esclarecer o atentado à Amia. O acordo incluía a retirada das ordens de captura emitidas pela Interpol a cidadãos iranianos acusados do atentado, mas nunca foi colocado em prática, já que as ordens seguem vigentes.
Nisman morreu vítima de um disparo de arma de fogo, que atingiu sua cabeça. Em comunicado oficial, a promotora Viviana Fein informou que o resultado da autópsia no corpo de Nisman revelou que não houve intervenção de terceiros na morte do promotor da causa Amia. Entre hoje e amanhã a promotoria espera resultados de exames mais detalhados.
Oposição se manifestou
Pela manhã, o chefe de governo da cidade de Buenos Aires e pré-candidato opositor à Presidência, Mauricio Macri, concedeu uma coletiva de imprensa na qual criticou os serviços de inteligência da Argentina e afirmou que "se essa morte terminar em mais impunidade será um desastre institucional em nosso país".
Macri responde atualmente na Justiça argentina por espionagem ilegal, junto ao ex-chefe da Polícia Metropolitana (que atua na Capital Federal) "Fino" Palacios. Palacios, que foi investigado por Nisman, também é acusado de encobrir vínculos locais com o atentado à Amia e de instalar escutas ilegais em telefones de familiares de vítimas.
O deputado federal e também pré-candidato opositor à presidência, Sergio Massa (Frente Renovador), convocou uma coletiva de imprensa à tarde, quando avisou que havia suspendido suas atividades de campanha para se pronunciar sobre o caso. Massa pediu que o oficialismo e a oposição se unissem para pressionar pela convocatória de sessões especiais no Congresso. Massa solicitou ainda que a Corte Suprema interviesse no caso, bem como a anulação do memorando de entendimento com o Irã, assinado em 2013 e que previa uma Comissão da Verdade binacional para esclarecer o atentado à Amia. O acordo incluía a retirada das ordens de captura emitidas pela Interpol a cidadãos iranianos acusados do atentado, mas nunca foi colocado em prática, já que as ordens seguem vigentes.
Comentários