(Foto: Sec. de Comunicación - Presidencia Uruguay / Flickr) |
Lula defendeu que os desafios imediatos devem ser superados pela integração e Mujica declarou que a política ''não pode ser conduzida pelo mercado.''
A VIII Cúpula da União de Nações
Sul-americanas (Unasul) realizada em Guayaquil e em Quito, Equador, é de
importância extraordinária. Nela, inaugurou-se a sede do organismo
continental no complexo A Metade do Mundo da capital equatoriana. A
reunião foi também precedida na quarta-feira (3) por uma conferência
magistral em Guayaquil feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva "A unidade e a integração latino-americana e caribenha: passado,
presente e futuro".
No
início da Cúpula, quinta-feira (4), o presidente do Uruguai, José
Mujica, recebeu a presidência pro tempore da instituição das mãos do
presidente de Suriname, Désiré Bouterse, e foi alvo de uma cálida
homenagem por parte do presidente anfitrião, Rafael Correa, respondendo
com um discurso de enorme repercussão. No encontro, destacou-se que a
Unasul é o reflexo do ideal bolivariano da integração latino-americana e
caribenha e ficou claro o destacado papel da nova América Latina no
mundo atual.
Lula
avaliou o atual panorama do continente e os desafios imediatos que
devem ser superados através dos mecanismos de integração. A ideia
central de sua fala é que a “América do Sul e o Caribe têm
possibilidades reais de contribuir para uma nova ordem política e
econômica global mais justa, equitativa e equilibrada” e que nesse
caminho o principal desafio é “construir um pensamento estratégico da
América Latina e do Caribe, um projeto integrador que aproveite sua
formidável riqueza histórica, cultural e natural”. Destacou a
necessidade de inovar nos processos inclusivos para alcançar um
verdadeiro projeto de integração na região, um continente potência com
uma população de 600 milhões de habitantes e um PIB superior aos 5
bilhões de dólares. (Nota deste blog Evidentemente: o correto deve ser 5 trilhões de dólares).
Em
sua avaliação, é preciso apostar não apenas em uma integração política e
econômica, mas na dos povos da região. E destacou que a maior
integração do continente será possível quando os povos estiverem
envolvidos e superarem as travas burocráticas.
Neste
último aspecto, sua exposição foi de extrema vivacidade. Dirigindo-se a
Ernesto Samper, o ex-presidente da Colômbia, que está na
secretaria-geral da Unasul, enumerou uma série de exemplos concretos de
travas burocráticas de todo tipo que impediram, em múltiplos casos que
detalhou, a execução prática das decisões adotadas pelos presidentes do
bloco. Os exemplos que expôs foram conclusivos e trouxeram o assunto
para a realidade.
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