(Foto: Carta Maior) |
A crise da Petrobras à luz do problema global do
petróleo, mas o alarmismo da imprensa parece interessado em modificar o regime
de partilha do pré-sal
Por Darío
Pignotti, no portal Carta Maior,
de 18/12/2014
“Há
vários interesses geopolíticos interferindo na crise da Petrobras”, afirma Luiz
Gonzaga Belluzzo, ao lembrar que as petroleiras norte-americanas ficaram de
fora da exploração de uma enorme reserva da área do pré-sal onde estão
presentes companhias chinesas, associadas à estatal brasileira.
O
professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e eventual assessor da
presidenta Dilma Rousseff analisa o escândalo em torno da operação Lava Jato a
partir de um ângulo geopolítico e econômico, evitando o alarmismo da velha
imprensa, que parece interessada em “modificar o regime da partilha e voltar ao
de concessão”, segundo afirmou em entrevista à Carta Maior.
Mar de
fundo
“Claro
que tudo isto que acontece na Petrobras tem importância geopolítica. Acredito
que os Estados Unidos não se conformem em terem ficado de fora da exploração do
campo de Libra, no leilão do ano passado, vencido por um consórcio de
petroleiras chinesas, e todo o mundo sabe que a China quer disputar novos
leilões na área do pré-sal, fortalecendo sua presença”.
“A crise
da Petrobras tem que ser compreendida em meio a um quadro maior, que é o
problema global do petróleo, envolvendo a Rússia e as pressões feitas
recentemente contra a Rússia, tentando encurralar o governo de Putin. Me parece
difícil que as potências ocidentais consigam fazer a alma russa ceder”.
Dilma
“É
absurdo vincular de algum modo a presidenta Dilma com a corrupção. É
inaceitável que setores da oposição, setores da sociedade brasileira digam
essas coisas que na verdade são consequência de não aceitarem que foram
derrotados nas eleições. Isso é desconhecer o voto popular, isso é golpismo”.
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