O chanceler Ricardo Patiño anunciou na sexta-feira, dia 19, o fim da cooperação alemã durante uma coletiva de imprensa (Foto: José Luis Llivisaca/El Telégrafo) |
O governo devolverá 8,5 milhões de dólares que a Alemanha
doou para o projeto Sócio Floresta (Socio Bosque). O chanceler Patiño anunciou
o fim da cooperação ambiental e exigiu respeito à soberania do Equador.
Rafael Correa
disse que o governo alemão poderá usar o dinheiro devolvido para dar cursos de
capacitação aos seus parlamentares, a fim de que “se atualizem em direito
internacional e soberania”.
Matéria do jornal estatal
equatoriano El Telégrafo, de
20/12/2014
O governo
equatoriano terminou, de maneira unilateral, a cooperação com a Alemanha em
assuntos ambientais. Foi a resposta do país à condição apresentada por Berlim
para a ajuda, diante da visita de congressistas alemães que pretendiam se
reunir com o grupo opositor Yasunidos.
“Como
amigos as portas abertas, como supervisores as portas fechadas”, explicou o chanceler
Ricardo Patiño ao criticar que parlamentares alemães pretendiam vir ao país
para visitar Yasuní (área de exploração de petróleo na Amazônia equatoriana) e
constatar denúncias de opositores sobre a construção duma suposta rodovia.
Patiño disse
que deve ficar claro para a Alemanha que o Equador subscreve convênios de
cooperação em condições de igualdade. “Tanto a (cooperação) que recebemos como
a que damos é não condicionada e respeitosa, e assim deve ser”. O governo “não
aceitará que a cooperação seja usada como instrumento de supervisão e que não
seja respeitosa da soberana”.
Os congressistas alemães deslegitimaram a versão do
governo
O
ministro das Relações Exteriores disse que o Equador “valoriza a preocupação dos
parlamentares por temas da nossa Amazônia”. “Outra coisa é que se diga que
parlamentares tenham direito de vir ao Equador, depois de duvidar da palavra
do país, para cotejar”.
Os congressistas
alegaram um suposto direito de supervisionar porque seu país doa recursos para
a proteção do meio ambiente. Além disso, tomavam como referência ao grupo
Yasunidos, que há duas semanas protagonizaram um show midiático ao simular sua
detenção.
Continua em espanhol (com
traduções pontuais)
“Con todo respeto al Gobierno de Alemania, lo que el Gobierno de Ecuador
dice es la verdad. No tienen que venir a consultar con otra entidad, peor con
la oposición, para hacerse sus propias apreciaciones”, añadió. Las mismas
palabras tuvo el presidente Rafael Correa en su enlace ciudadano del sábado
pasado (seu programa de rádio e TV que usa para falar diretamente à população) y
acusó a Berlín de neocolonialismo por sus deseos de supervisión.
“Si no creen en la palabra de Ecuador, entonces no es bienvenida la
cooperación alemana”, reiteró al recalcar que si hay duda (reiterou ao destacar
que se há dúvida) “preferimos devolverles esos recursos”, refiriéndose a los $
8,5 millones (de dólares) (7 millones de euros) que recibió el país en este
año, que no incluye fondos para la conservación del Yasuní, “porque no se ha
dado ni un centavo”. El dinero se devolverá al Gobierno alemán para que
dé cursos de capacitación a sus parlamentarios a fin de que “se actualicen en
derecho internacional y soberanía”.
El antecedente
El grupo de parlamentarios alemanes tenía previsto visitar el país entre
el 6 y 9 de diciembre, pero fue cancelada por el Gobierno ecuatoriano por falta
de “una debida coordinación y planificación de mutuo acuerdo”, indicó Patiño.
El ministro de cooperación alemán, Gerd Müller, dijo que se “vetó” la
entrada a Ecuador a la Comisión de Medio Ambiente del Bundestag (Cámara Baja),
informó la agencia pública de Alemania, Deutsche Welle (DW).
Días antes, desde una cumbre en Lima, Patiño señaló que “es el Gobierno
de Ecuador el que invita a delegaciones oficiales del mundo y somos nosotros
los que decidimos la política soberana petrolera.
Tradução
(parcial): Jadson Oliveira
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