COLÔMBIA: MULHERES PEDEM TRÉGUA BILATERAL NO NATAL E ANO NOVO



Integrantes da comissão de gênero nos diálogos de Havana (Foto: EFE/Página/12)
Na mesa de diálogo entre o governo  e as FARC: um grupo de estudiosas de assuntos de gênero pediu justiça e reparação para as vítimas do conflito armado e uma trégua bilateral para o período de Natal e Ano Novo. É a primeira vez que grupos de mulheres participam no processo de paz.

Matéria do jornal argentino Página/12, edição impressa de hoje, dia 16

A voz das mulheres colombianas se fez ouvida pela primeira vez na mesa de negociação mantida pelo governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em Havana. Um grupo de estudiosas de assuntos de gênero pediu justiça e reparação para as vítimas do conflito armado e uma trégua bilateral para o período de Natal e Ano Novo. “Hoje se destaca um rito na história do país que esperamos seja o começo para que as mulheres sejamos pactantes dos acordos de Havana e não pactadas”, afirmou o grupo num comunicado lido ante a imprensa após sua reunião com os negociadores do governo e da guerrilha. As FARC assinalaram que a presença das mulheres é imprescindível para garantir uma visão de gênero nos acordos de paz e para desenhar uma legislação específica que garanta sua participação plena e eficaz na tomada de decisões.

O grupo de seis mulheres que chegou à capital cubana é o primeiro dos três que devem viajar a Havana em sucessivos ciclos de conversações para participar do processo de paz. A representante da Casa da Mulher, Olga Amparo Socorro, explicou em entrevista à  imprensa que o propósito de sua visita é que a mulher seja considerada sujeito político ativo na construção da paz para que outros deixem de tomar decisões por elas. Socorro integra o primeiro grupo dos três compostos por representantes de organizações de mulheres que irão a Havana em sucessivos ciclos de conversações para garantir um enfoque de gênero nos acordos de paz. O grupo defendeu que se tenha em especial consideração as mulheres vítimas do conflito, para as quais pediram garantias a seus direitos à verdade, justiça, reparação e não repetição, com especial ênfase nas afetadas pela violência sexual, um delito que foi ignorado durante muito tempo no país.

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“La garantía de esos derechos será el más decidido paso para transitar de una sociedad en guerra, desigual y profundamente discriminatoria a una sociedad que incluye la igualdad y la erradicación de la violencia”, dijo Claudia María Mejía, de la Cumbre Nacional de Mujeres y Paz. Mejía admitió que para eso es necesario transformar las causas históricas que fomentaban esa violencia contra las mujeres. Según datos oficiales, el 48 por ciento de los más de 6,5 millones de víctimas que dejó el conflicto colombiano son mujeres y, entre 1985 y 2014, se contabilizaron hasta 2474 casos de violaciones, la mitad de ellas cometidas por el ejército y la policía.

Sin embargo, otro informe más exhaustivo de la Casa de la Mujer y Oxfam determina que sólo entre 2001 y 2009, 489.687 mujeres de 407 municipios con presencia de fuerza pública, guerrilla y paramilitares fueron víctimas de violencia sexual, aunque un 82 por ciento de ellas nunca denunció por miedo o falta de información.

El grupo consideró que para cerrar las heridas abiertas es importante el papel que desempeñará la futura Comisión de la Verdad que se ocupará de depurar responsabilidades en el conflicto armado. Por ello, propusieron que la comisión sea paritaria tanto en la elección de sus miembros como en los testimonios que escuche. “Necesitamos el relato de todos los sectores que sufrieron la violencia. El relato de Colombia está parcializado, fragmentado y mediatizado, por eso vamos a contribuir a crear ese relato nacional que Colombia no tiene”, aseguró Esther Marina Gallego, de la Cumbre Nacional de Mujeres y Paz.

El colectivo de mujeres también exigió llegar pronto a un acuerdo sobre el “desescalamiento” del conflicto para aliviar el dolor de las personas en territorios afectados y evitar que se produzcan más víctimas. La guerrilla colombiana consideró imprescindible que las mujeres tengan un papel protagónico para la consecución de la paz, la reconciliación nacional y la construcción de una nueva Colombia. Los negociadores se reunirán hoy con el quinto y último grupo de víctimas que participa en los diálogos de paz en La Habana para dar por concluido mañana el ciclo de conversaciones, el último del año.

Tradução (parcial): Jadson Oliveira

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