Rui Falcão convoca a militância para defender a democratização da mídia no Brasil (Foto: Correio do Brasil) |
A reforma política e a edição do marco regulatório econômico da mídia entraram no topo da lista de prioridades do Partido dos Trabalhadores (PT) para o próximo mandato da presidenta Dilma Rousseff. A decisão foi ratificada no encontro da Executiva Nacional do partido, que terminou no início da madrugada desta terça-feira. Os dirigentes partidários definiram uma comissão que reunirá textos e opiniões de líderes da legenda sobre as eleições deste ano para, segundo o presidente do PT, Rui Falcão, “consolidar em um documento várias análises a serem apresentadas na reunião do Diretório Nacional, entre 28 e 29 de novembro, em Fortaleza”.
Na resolução política, apresentada ao final do encontro, a Executiva fez um balanço das eleições com vistas a iniciativas de curto, médio e longo
Falcão também anunciou a criação de uma comissão para organizar o partido e a participação popular para a posse da presidenta Dilma.
– Queremos que seja uma grande festa popular, semelhante ao que foi a posse do presidente Lula em 2003 – disse o presidente do PT.
Segundo ele, a vitória de Dilma foi conquistada com a ajuda dos movimentos sociais, da juventude, das mulheres, dos negros e dos partidos de esquerda.
– Eles podiam não concordar com todas as nossas propostas, mas entenderam que o que estava em
Disputa duríssima
De acordo com o documento extraído da reunião, a reeleição de Dilma foi uma grande vitória do povo brasileiro, “comemorada por todos os setores democráticos, progressistas e de esquerda no mundo e, particularmente, na América Latina e no Caribe. Uma vitória sobretudo do PT e do nosso projeto, que conquista um quarto mandato, algo que nenhum outra força política havia alcançado até agora no país”.
“Foi uma disputa duríssima, contra adversários apoiados pela direita, pelo oligopólio da mídia, pelo grande capital e seus aliados internacionais. Vencemos graças à consciência política de importantes parcelas de nosso povo, da mobilização da antiga e da nova militância de esquerda, da participação de partidos de esquerda e da dedicação e liderança do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma”, acrescenta o texto.
“A oposição, encabeçada por Aécio Neves, além de representar o retrocesso neoliberal, incorreu nas piores práticas políticas: o machismo, o racismo, o preconceito, o ódio, a intolerância, a nostalgia da ditadura militar. Inconformada com a derrota, a oposição cai no ridículo ao questionar o resultado eleitoral no TSE. Ainda ressentida, insiste na divisão do país e investe contra a normalidade institucional. Tenta chantagear o governo eleito para que adote o programa dos derrotados”, critica.
Festa popular
Segundo o texto aprovado pela Executiva do PT, “é urgente construir hegemonia na sociedade, promover reformas estruturais, com destaque para a reforma política e a democratização da mídia”. Para que a presidenta Dilma possa fazer “um segundo mandato superior ao primeiro, será necessário, em conjunto com partidos de esquerda, desencadear um amplo processo de mobilização e organização dos milhões de brasileiros e brasileiras que saíram às ruas para apoiar Dilma Rousseff”, acrescenta.
O PT também visa priorizar ações de comunicação, “fortalecendo nossa agência de notícias, articulando-a com mídias digitais, com ação permanente nas
O objetivo da mobilização será “relançar a campanha pela reforma política e pela mídia democrática, contribuindo para que o governo possa tomar medidas avançadas nestas áreas e para sustentar a batalha que travaremos a respeito no Congresso”. Assim, o PT espera organizar caravanas a Brasília para realizar uma grande festa popular no dia da segunda posse da presidenta Dilma Rousseff.
Na resolução tomada durante o encontro, o PT “reafirma o compromisso do PT” com a reforma política, precedida de um plebiscito, através de uma Constituinte exclusiva” e com a democracia na comunicação, “com uma Lei da Mídia Democrática”.
“O PT precisa estar à altura dos desafios deste novo período histórico. Sobretudo, precisa honrar a confiança que, mais uma vez, o povo brasileiro depositou em nós”, conclui o documento.
Comentários