Abarca e sua mulher passaram a terça-feira prestando depoimento perante a Subprocuradoria (Foto: AFP/Página/12) |
José Luis Abarca (ex-prefeito de
Iguala) e María de los Angeles Pineda Villa, foragidos há 38 dias, são acusados
de ser os autores intelectuais do desaparecimento forçado dos normalistas do
estado de Guerrero.
Por Gerardo Albarrán de Alba, da Cidade do México, no jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 5
A Polícia
Federal capturou na madrugada da terça-feira (dia 4) o ex-prefeito de Iguala,
José Luis Abarca, e sua mulher, María de los Angeles Pineda Villa, foragidos há
38 dias, acusados de ser os autores intelectuais do desaparecimento forçado de
43 estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, Guerrero, no dia 26 de
setembro último.
Abarca e
sua mulher foram localizados e detidos às 2:30 horas da manhã da terça-feira numa
casa alugada, mobiliada, num bairro da delegação de Iztapalapa, uma zona
populosa do oriente do Distrito Federal, mediante uma diligência que, apesar de
espetacular, não disparou um só tiro. Ambos passaram o dia de ontem prestando
depoimento na Subprocuradoria Especializada em Investigação de Delinquência
Organizada (Seido), da Procuradoria Geral da República (PGR).
Enquanto
isso, uma comissão especial da Câmara dos Deputados concluiu ontem que os
estudantes normalistas de Ayotzinapa sofreram desaparecimento forçado, tortura,
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes e execuções extra-judiciais.
Abarca
solicitou licença para se afastar de seu cargo como presidente municipal (prefeito)
de Iguala em 30 de setembro, mas a pressão política sobre o Congresso do estado
o obrigou a realizar um julgamento de revogação em 17 de outubro, quer dizer,
três semanas depois do desaparecimento forçado dos 43 estudantes normalistas, e
do assassinato de mais três e de outras três pessoas alheias à diligência supostamente
ordenada pelo próprio prefeito e sua mulher.
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Parte do
escândalo político por este caso é que tanto o governo do estado de Guerrero
como o exército e a PGR sabiam dos indícios sobre ligações de Abarca com o
crime organizado, segundo declarou à imprensa o agora ex-governador Angel Aguirre
Rivero. De fato, Abarca foi investigado por delinquência organizada entre 2010
e 2012, durante a administração do panista (do PAN – Partido da Ação Nacional)
Felipe Calderón. Várias averiguações prévias “foram encerradas porque em nenhum
dos casos se encontrou nada”, disse na semana passada o secretário de Governo,
Miguel Angel Osorio Chong. A administração do priista (do PRI – Partido
Revolucionário Institucional) Enrique Peña Nieto começou a investigar Abarca em
agosto último por enriquecimento ilícito, disse o responsável pela segurança
nacional.
Continua em espanhol (com
traduções pontuais):
Tal nivel de impunidad resulta inverosímil, dados los públicos nexos de
la familia de María de los Angeles Pineda Villa, la esposa de Abarca, empezando
por su padre (por seu pai), Salomón Pineda Bermúdez. En mayo 2009 la PGR
ofrecía recompensa de 15 millones de dólares por Mario y Alberto Pineda Villa,
dos (dois) de los hermanos de la esposa de Abarca; entre los tres controlaban
la zona de Guerrero y Morelos para el cartel de los hermanos Beltrán Leyva.
Mario y Alberto fueron ejecutados a finales de ese año en Cuernavaca, Morelos,
por supuestas rupturas con los Beltrán Leyva. Unos meses antes, en junio de
2009, fue detenido en Morelos otro de los hermanos de María de los Angeles Pineda
Villa, como presunto jefe de plaza de los Guerreros Unidos en Morelos y
Guerrero, pero fue liberado en 2013.
Versiones periodísticas (jornalísticas) señalan que el ahora ex alcalde (ex-prefeito)
de Iguala, José Luis Abarca, formaría parte (faria parte) de una red de
presidentes municipales y policías locales que permite el tráfico de drogas,
entre otros delitos controlados por el crimen organizado en esa región.
Eso habría permitido el ataque de la policía municipal de Iguala contra
los tres camiones en que viajaban los estudiantes normalistas, reforzados por
la vecina policía municipal de Cocula, el pasado 26 de septiembre. Ese día, el
gobierno del estado no intervino pretextando que el alcalde Abarca “no
contestaba (não respondia) el teléfono”. Semanas más tarde, el ahora gobernador
con licencia de Guerrero, Angel Eladio Aguirre Rivero, le dijo a la comisión
especial legislativa que las escuelas normales del estado, como la de
Ayotzinapa, están “infiltradas de grupos delictivos”.
En un informe preliminar de la comisión creada en la Cámara de Diputados
se dijo preocupada ante los reiterados intentos de funcionarios públicos por
“criminalizar a las víctimas como una manera de justificar los hechos (os
fatos) que sufrieron y sufren sus familiares, causando un agravio más a sus
derechos”.
El informe de 41 páginas documenta que autoridades militares y la
policía estatal fueron alertadas o (ou) conocieron del tiroteo y la agresión,
pero no intervinieron. Hasta ahora, en la búsqueda de los 43 estudiantes
normalistas desaparecidos, las autoridades han descubierto nueve (9) fosas
clandestinas en las que se han localizado los restos de otras 38 personas.
Tradução
(parcial): Jadson Oliveira
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