CHILE: O NETO DE PINOCHET CRIA UM PARTIDO



“A ideia é propor uma direita mais direita”, disse Pinochet Molina (Foto: Gentileza: jornal El mercurio, do Chile/Página/12)
O ex-capitão do Exército e neto do ditador apresenta uma agremiação “patriótica e libertária”: Augusto Pinochet Molina se definiu como representante dos ideais da direita e chamará seu partido de Ordem Republicana minha Pátria. Rechaça que os 17 anos da ditadura chilena tenham sido uma ditadura.

Matéria do jornal argentino Página/12, edição de 03/11/2014

Augusto Pinochet Molina, neto do ditador que morreu processado numa ação de roubo de milhões – e não por terrorismo de Estado –, anunciou a criação de um partido que espera consolidar como uma nova alternativa na política do Chile. A ideia nasceu a partir de Por mi Patria (Por minha Pátria), um movimento que Pinochet Molina, ex-capitão do Exército expulso da instituição, fundou há seis anos. O partido, que se define como uma entidade “patriótica, libertária e integradora” e que levaria o nome “Ordem Republicana minha Pátria”, está previsto entrar em cena em 25 de novembro, data na qual serão lembrados os 99 anos de nascimento do genocida Augusto Pinochet, segundo informaram no domingo (dia 2) meios de comunicação chilenos.

“O movimento pinochetista é o ressurgir de um povo que quer ser livre, de uma nação que pede uma posição, de um povo que diz: isto fomos e isto seremos. Procuraremos levantar o Chile à posição que lhe corresponde, conforme a nossa história e dignidade nacional”, segundo descreveram seus fundadores. A entidade, que se declara de centro-direita, rechaça que os 17 anos de regime militar foram uma ditadura e qualifica de “fatos pontuais” as violações dos direitos humanos cometidas entre 1973 e 1990.

A respeito de alguns dos temas que se discutem na atualidade, o movimento se manifesta contrário ao matrimônio homossexual, ainda que apóie o Acordo de Vida em Casal, projeto em discussão no Parlamento que permite regular as relações de fato de casais hetero e homossexuais. “As leis não podem ser as mesmas que existiam nos anos 50 ou 80”, disse à imprensa local Stefani Landeros, um dos integrantes do comitê político do movimento encabeçado por Augusto Pinochet Molina.

Continua em espanhol (com traduções pontuais):

El nieto del ex dictador fue separado (afastado) del Ejército en diciembre de 2006, luego (depois) de pronunciar un discurso durante las pompas fúnebres de su abuelo (de seu avô). En aquella ocasión, el entonces capitán lo describió como un hombre que “derrotó en plena Guerra Fría al modelo marxista”, mientras (enquanto) criticó a los tribunales por investigarlo en su vejez (em sua velhice).

El ex capitán del Ejército también había puesto en duda (dúvida) la existencia del pinochetismo como expresión política. “El pinochetismo no existe, salvo la gente que tiene admiración y un recuerdo por mi abuelo”, afirmó Pinochet Molina el año pasado en declaraciones al portal Terra, en las que definió el pinochetismo como “los ideales del programa del gobierno militar”. “Nosotros adherimos un ciento por ciento (100%) a eso y vamos a trabajar con la gente por esas cosas”, remarcó el nieto de Pinochet.

Hijo (Filho) de Augusto Pinochet Hiriart, hijo mayor (filho mais velho) del dictador, por lo que la prensa le llama “Augusto Pinochet III”, el nieto se definió representante de los ideales de la derecha, de los que, a su juicio, el por entonces (dos quais, na sua opinião, o então) gobierno de Sebastián Piñera se había apartado mucho. “Es un gobierno de centroizquierda por sus políticas sociales, por la forma de ver las cosas en general, por sus valores, todo se ha izquierdizado”, aseguró en ese entonces (assegurou nessa ocasião), precisando que el respeto a la propiedad privada y la economía de mercado eran el eje (eram o eixo) de su pensamiento político.

“La idea es plantear (é propor, é apresentar) una nueva opción; una derecha más derecha, sin ninguna vergüenza (vergonha) de lo que somos”, sostuvo Pinochet Molina, cuya candidatura representó a Avanzada Nacional, una fuerza que existió a fines de los años ’80 y comienzos de los ’90, y se identifica con lo hecho por la dictadura. La agrupación desapareció cuando se descubrió que había sido gestada y organizada por la Central Nacional de Informaciones (CNI) y que uno de sus líderes era el mayor (major) Alvaro Corbalán Castilla, actualmente en la cárcel (no cárcere), condenado por varios asesinatos y otras violaciones de los derechos humanos. Según la página web de Avanzada Nacional, el año pasado se reunieron más de 20.000 firmas (assinaturas) para registrarse como partido político en la región del Biobío.

Tradução (parcial): Jadson Oliveira

Comentários