(Foto/Ilustração: do Viomundo) |
Agora, chegamos à batalha decisiva, onde é preciso demonstrar claramente que Aécio, o “novo”, é o que de mais velho existe na política.
Por Fernando Brito, no Tijolaço - reproduzido do blog Viomundo - O que você não vê na mídia, de 13/10/2014
A fase que naturalmente viria depois do surpreendente resultado positivo alcançado nas urnas por Aécio Neves no primeiro turno terminou ontem, com a melancólica adesão de Marina Silva contorcendo-se em palavras pedantes para explicar como, não a tendo atendido em nada, o PSDB terá seu voto e seu apoio.
Ou seja, tudo o que disse antes que os tucanos não teriam, sem meias-palavras; e tudo devidamente gravado.
Foi o último ato de uma semana de artilharia pesada, a começar pela utilização asquerosa da Justiça como ferramenta de campanha, com um “sigilo seletivo” inexplicável, ainda mais quando envolve a formação da decisão de voto do eleitor, e um magistrado que dependerá do próximo presidente para ser indicado ao STF, como sugere a Associação de Juízes Federais – que aliás decretou uma “greve branca” para aumentarem-se os R$ 30,5 mil que recebem entre vencimentos e auxílio moradia.
Mas o canhoneio não foi somente este: a barragem de fogo da mídia e das oligarquias políticas foi intensa e impiedosamente monolítica.
E temperada com pesquisas produzidas sem que ninguém as contratasse e, depois, vendidas no varejo a quem quer convencer a população de que esta eleição está ganha por Aécio Neves.
Agora, porém, começa um novo período, em que o povo brasileiro vai poder olhar diretamente não o que a mídia fala dos candidatos, mas o que dizem os próprios candidatos, no confronto direto dos debates, agora sem o diversionismo de candidatos que, em geral, nada visavam senão a promoção pessoal.
Aécio Neves, como qualquer um a quem faltam ideias e origens, vai buscar o papel de bom-moço, daquele que está sendo atacado, mas que está interessado em “apresentar propostas”.
Claro, não precisa “atacar”. Para isso, vale-se dos ataques que faz a mídia ao governo Dilma, de maneira furiosa, num desequilíbrio monstruoso do qual já se tornou enfadonho falar, mas é imperioso fazê-los nos debates, até como forma de “vacinar” a população pelo que ainda virá.
Desta maneira, também, Aécio protege-se do seu principal defeito: é frágil no confronto direto.
Natural, aliás, para quem teve uma formação na vida fácil de “filhinho de papai” e “netinho de vovô” e viveu, desde antes de completar 18 anos, do nepotismo político administrativo.
Tão natural que ele próprio o registra em seus dados biográficos na Câmara dos Deputados, que aos 17 anos (ele nasceu em 1960) já fora nomeado para o Conselho de Defesa Econômica e, depois, para um cargo de assessor na Câmara.
Dilma, ao contrário, terá de ser firme e se fixar mais na postura política e no significado de uma eleição presidencial do que nos debates anteriores, onde buscava, essencialmente, apenas preservar seu favoritismo.
Agora, porém, chegamos à batalha decisiva, onde é preciso demonstrar claramente que Aécio, o “novo”, é o que de mais velho existe na política, e que é a reencarnação medíocre de um passado de sofrimentos para o povo brasileiro.
E que não pode voltar.
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