(Foto: Brasil 247) |
Há
espaço, à esquerda do PT, para forças que pressionem pelo aprofundamento e a
aceleração de reformas, buscando forjar um bloco histórico que mude a qualidade
do processo de mudanças. Mas essa orientação é impossível para quem vê no PT o
inimigo.
Não
é à toa o esforço beligerante do núcleo dirigente da burguesia para derrotar o
PT a qualquer preço, aceitando até o risco de inflar uma candidatura de
oportunidade como a de Marina Silva.
Por Breno Altman, no Brasil 247: o seu jornal digital 24 horas por dia, 7 dias por semana,
publicado em 12/09/2014 às 06:11 horas
Dificilmente chegará a 2% o total de votos dos candidatos
a presidente do PSOL, PSTU, PCB e PCO. Mas não é apenas a influência eleitoral
desses partidos que é pífia. Também são forças de pouca envergadura no
movimento sindical, estudantil e camponês. Não passam de franjas isoladas na
intelectualidade. Apesar de tentarem se integrar às manifestações de junho
do ano passado, não tiveram papel de relevo e tampouco se constituíram em
referência para as massas juvenis que ocuparam as ruas.
Diversos motivos poderiam ser identificados para desempenho tão marginal. Há interpretações sociológicas e políticas de todos os gostos para ajudar a compreender essa fragilidade. Creio que existe, no entanto, ao menos entre seus militantes de boa fé, uma razão de fundo para tamanho isolamento: a política de todas essas correntes é baseada na ideia de hipotética traição do PT ao programa de esquerda e aos interesses populares.
De acordo com esta interpretação, teria ocorrido fenômeno semelhante ao que se passou com a social-democracia européia. O partido de Lula teria assumido o mesmo programa neoliberal do capital financeiro, transitado de armas e bagagens para o campo da burguesia rentista e renunciado à construção de um projeto independente dos trabalhadores. Segundo esse raciocínio, ainda que haja diferenças táticas, o PT e os demais partidos burgueses seriam farinha do mesmo saco.
Diversos motivos poderiam ser identificados para desempenho tão marginal. Há interpretações sociológicas e políticas de todos os gostos para ajudar a compreender essa fragilidade. Creio que existe, no entanto, ao menos entre seus militantes de boa fé, uma razão de fundo para tamanho isolamento: a política de todas essas correntes é baseada na ideia de hipotética traição do PT ao programa de esquerda e aos interesses populares.
De acordo com esta interpretação, teria ocorrido fenômeno semelhante ao que se passou com a social-democracia européia. O partido de Lula teria assumido o mesmo programa neoliberal do capital financeiro, transitado de armas e bagagens para o campo da burguesia rentista e renunciado à construção de um projeto independente dos trabalhadores. Segundo esse raciocínio, ainda que haja diferenças táticas, o PT e os demais partidos burgueses seriam farinha do mesmo saco.
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